Congresso estima mais de R$ 7 milhões em prejuízos após atos de terrorismo

Famosos se manifestam sobre invasão de bolsonaristas ao Congresso:
Foto: Divulgação

O Congresso Nacional informou na segunda-feira (9) uma estimativa dos prejuízos causados após o local ter sido invadido e depredado por bolsonaristas no último domingo (8). O Senado Federal calcula danos em R$ 4 milhões. Já a Câmara dos Deputados avalia o prejuízo em mais de R$ 3 milhões.

Na Câmara, diversas fachadas de vidros foram destruídas e locais inundados. Além disso, dois monitores do Colégio de Líderes foram danificados, ambos com valor estimado em R$ 10 mil.

Três televisões das lideranças partidárias também foram quebradas, com estimativa de R$ 2 mil. Outros equipamentos de informática e telefones também foram danificados, mas ainda não foram avaliados.

Cadeiras das lideranças do PSDB e do PT foram queimadas pelos invasores.

Obras de arte

A obra “Muro Escultórico”, de Athos Bulcão, feita em 1976, teve a sua base perfurada. Ainda não há estimativa de custo para reparo.

A escultura “Bailarina”, de Victor Brecheret, foi descolada de sua base. Já a obra “Maria, Mari”, de Sônia Ebling, feita em 1980, foi marcada com pauladas.

Muitos dos objetos de arte danificados possuem valor incalculável.

Além disso, algumas obras foram levadas pelos bolsonaritas. É o caso da pérola do Catar, que foi um presente do ministro da Relações Exteriores e vice-primeiro-ministro do Estado do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, para o então presidente da Câmara, Rodrigo Maia, em 2019.

 

Congresso estima mais de R$ 7 milhões em prejuízos após atos de terrorismo
Acervo/Câmara dos Deputados

Uma bola de futebol autografada por Neymar também desapareceu. O objeto foi um presente da Delegação de Jogadores do Santos Futebol Clube para o então presidente da Câmara, Marco Maia, no dia 10 de abril de 2012. Isso ocorreu após a Casa realizar uma sessão solene em comemoração ao centenário do clube.

Congresso estima mais de R$ 7 milhões em prejuízos após atos de terrorismo
Acervo/Câmara dos Deputados

Senado

A diretoria geral do Senado informou que móveis, obras de arte e a estrutura do local foram danificados após a ação dos invasores.

Ainda não há prazo para que a restauração dos objetos danificados seja concluída. Porém a direção geral deve dar prioridade para as obras visando à posse dos novos senadores, que acontecerá no dia 1° de fevereiro.

No Senado, boa parte das vidraças externas e internas foram quebradas. Um painel vermelho com figuras geométricas de Athos Bulcão foi danificado pelos estilhaços, e uma tapeçaria do artista Burle Marx foi vandalizada.

Outros cinco quadros pintados com tinta óleo que enfeitavam a exposição de ex-presidentes da Casa, no Museu do Senado, também foram danificados.

A “Galeria de Presentes”, local onde eram guardados objetos dados por outros chefes de estado, foi marcada por um rastro de destruição. A representante do Centro Cultural da Câmara dos Deputados, Cláudia Guimarães, informou que alguns objetos foram recuperados.

“A gente conseguiu recuperar boa parte dos presentes. Agora aqueles mais delicados, uma porcelana, uma coisa mais fininha, eles quebraram. Então a gente ainda não sabe se vai ser possível recuperar. Mas objetos mais firmes, eles tiveram alguns danos, que eu acho que vão ser solucionados na restauração”, disse.

Além disso, equipamentos e estruturas de transmissão das sessões do plenário foram danificados. Os invasores ainda quebraram poltronas e outros móveis.