O secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Salim Mattar, acredita que o “o Congresso brasileiro é muito sensato e responsável” para conseguir concretizar a privatização dos Correios. “Não faz sentido mais ter uma empresa para entregar cartas se ninguém mais escreve cartas”, afirmou o secretário em entrevista à Record TV.

Na entrevista, na segunda-feira, 20, Mattar elencou, entre as razões pela privatização dos Correios, o aumento no número de funcionários, a perda de eficiência e o déficit com o plano de saúde dos funcionários de R$ 3,9 bilhões e no fundo de pensão Postalis de R$ 11 bilhões. “Vai chegar uma hora em que não terá mais condições de continuar funcionando”.

Ainda segundo o secretário, sobre os critérios de desestatização, “a coisa mais estratégica em um país é educação, saúde, segurança e saneamento. Isso é que é estratégico” e citou como exemplos em que o interesse estatal é discutível casos como o da Embraer e do Banco do Brasil. “Estratégico em um país é a qualidade de vida do cidadão.”

Entre as metas da secretaria para 2020, o secretário disse também que espera vender cerca de 300 ativos, entre controladas, subsidiárias, coligadas e participações do governo, e arrecadar em torno de R$ 150 bilhões.

Investimentos em energia

Na manhã desta terça-feira, 21, em entrevista à Rádio Gaúcha, Mattar defendeu que o governo deve privatizar suas empresas geradoras e transmissoras de energia. Segundo Mattar, há US$ 1,5 trilhão para investimentos disponíveis no mundo, sobretudo em infraestrutura, que abarca os setores de energia, onde seriam destinados boa parte desses recursos. “Se existe US$ 1,5 que pode construir geradoras e distribuidoras de energia, não há motivo para o Estado manter esse tipo de negócio”, disse.

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Concessões no PPI

Perguntado sobre o andamento das concessões de estatais que estão no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e no Programa Nacional de Desestatização (PND), Mattar afirmou que o governo pretende vender as subsidiárias ligadas ao Banco do Brasil, Caixa e Petrobrás.

Segundo Mattar, as concessões das subsidiárias não precisam de aval do Congresso e, portanto, devem caminhar mais rapidamente.

Já as companhias que precisam passar pelo Congresso, como a Casa da Moeda e os Correios, “podem atrasar”. A previsão do secretário é de que a Casa da Moeda seja concedida à iniciativa privada neste ano, mas ponderou que a concessão dos Correios deve ocorrer apenas em 2021, por se tratar de “uma empresa maior”, de acordo com o secretário.


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