O Congresso dos Estados Unidos considerará medidas na semana que vem para repreender o príncipe herdeiro saudita, punir os envolvidos no assassinato do jornalista Jamal Khashoggi e cortar o apoio a esse país na guerra do Iêmen, disseram legisladores americanos de alto escalão nesta quinta-feira (6).

A líder da minoria na Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, disse que aguarda um relatório sobre Iêmen e Arábia Saudita por parte dos funcionários de segurança nacional para toda a Câmara, como o que os senadores receberam no mês passado, seguido de outro de Inteligência específico sobre o príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman.

“Espero que tenhamos o diretor da CIA e outros líderes da comunidade de Inteligência”, disse Pelosi sobre as futuras reuniões informativas para os membros da Câmara.

Pelosi disse que há um apoio bipartidário para uma medida encaminhada a terminar com o apoio dos Estados Unidos à coalizão liderada pela Arábia Saudita, que atua em uma guerra brutal no Iêmen.

Segundo a ONU, trata-se da crise humanitária mais urgente.

“Depois da reunião informativa, veremos para onde vamos”, assinalou Pelosi.

O presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, Bob Corker, que criticou fortemente o príncipe herdeiro, disse que “todos” na Câmara alta estão alarmados com o comportamento dos líderes sauditas e com a morte de Khashoggi.

Os senadores estão tomando várias vias de ação, incluindo uma resolução que visa cortar os poderes de guerra dos Estados Unidos no Iêmen, que superou um primeiro grande obstáculo na semana passada e certamente obterá uma votação posterior.

Os democratas e republicanos do Senado também apresentaram uma resolução que responsabiliza o príncipe herdeiro por contribuir para a crise do Iêmen, impedindo o fim do bloqueio do Catar, a tortura de dissidentes e o “assassinato abominável e injustificado do jornalista Jamal Khashoggi”.

Corker disse que as negociações estão em andamento sobre uma medida generalizada contra o Iêmen, o príncipe herdeiro, as sanções contra os envolvidos na morte de Khashoggi e a suspensão das vendas de armas americanas para Riad.

“Gostaria de fazer algo que fosse realmente obrigatório”, disse Corker, que deixa o Senado este ano.