Por Marco Aquino

LIMA (Reuters) – O Congresso do Peru rejeitou nesta terça-feira uma moção de parlamentares de esquerda para iniciar audiências de impeachment contra a presidente Dina Boluarte por acusações ligadas às mortes de manifestantes, no capítulo mais recente da crise política do país.

O placar final da votação desta terça-feira registrou 37 parlamentares, em sua maioria de esquerda, votarem a favor de uma moção para destituir a líder interina Boluarte por “incapacidade moral”,  aquém dos 52 votos necessários para avançar no julgamento para potencialmente removê-la no Legislativo de 130 assentos.

O Peru está atolado em intensas disputas políticas internas há anos, com vários ex-presidentes recentes depostos, detidos ou presos.

Em dezembro, o presidente Pedro Castillo foi deposto em um processo de impeachment e foi preso, detonando protestos violentos de seus apoiadores. Mais de 50 pessoas morreram nas manifestações. Os partidos de oposição atribuem as mortes a Boluarte, vice-presidente de Castillo à época, antes de sucedê-lo no cargo.

Boluarte apoiou as investigações sobre as mortes e negou responsabilidade.

“Há razões para remover Boluarte. Ela instalou um governo de repressão e morte”, disse Jaime Quito, legislador do partido de esquerda Peru Libre, que votou pela aprovação do processo de impeachment.

A Procuradoria-Geral do Peru  investiga Boluarte pelos supostos crimes de “genocídio, homicídio qualificado e ferimentos graves” relacionados às mortes no protesto.

Sexta pessoa a presidir o Peru desde 2016, Boluarte também está sob investigação da Procuradoria-Geral da República por supostos crimes de lavagem de dinheiro e de financiamento irregular de campanha durante a corrida presidencial de 2021 que levou Castillo ao poder. Ela nega as acusações.

(Reportagem de Marco Aquino)

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