Cerca de 15 congressistas americanos instaram nesta quinta-feira (3) o presidente Joe Biden a proibir as importações de petróleo russo como uma punição adicional pela invasão da Ucrânia, um passo que a Casa Branca até então se recusou a dar.

“Os Estados Unidos não devem subsidiar a guerra de Vladimir Putin na Ucrânia comprando e importando petróleo russo”, declarou a senadora republicana, Shelley Moore Capito, da Virgínia Ocidental.

Moore Capito faz parte de um grupo de senadores, republicanos e democratas, que apresentou à tarde um projeto de lei que visa proibir essas importações. Muitos deles representam estados conhecidos por sua produção de petróleo.

A iniciativa é promovida pelo senador democrata Joe Manchin, também da Virgínia Ocidental, e pela senadora Lisa Murkowski, republicana do Alasca.

Sobre a possibilidade de conter essas importações, Biden disse na quarta-feira que “nada está descartado”.

Mas a Casa Branca alertou ao mesmo tempo sobre os riscos associados a essa decisão, como o aumento do preço do petróleo, que pode acabar penalizando os consumidores americanos.

“Nosso objetivo aqui é que cada passo que dermos tenha o máximo impacto no presidente Putin e o mínimo de consequências para o povo americano”, disse a secretária de imprensa de Biden, Jen Psaki, nesta quinta-feira.

O grupo de legisladores, no entanto, recebeu o apoio da poderosa presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi. “Sou a favor de proibir”, afirmou ela em coletiva de imprensa pela manhã.

Seria, sem dúvida, uma sanção simbolicamente forte, mas a priori sem consequências insuperáveis para os Estados Unidos, um grande produtor de petróleo que não importa muito petróleo russo.

Mesmo sem uma enxurrada de sanções russas sobre hidrocarbonetos até agora, a invasão russa da Ucrânia já elevou os preços do petróleo ao seu nível mais alto em mais de uma década, enquanto o gás atingiu novos recordes.