Congressistas americanos pedem para ver acordo com El Salvador para expulsar migrantes

Quatro congressistas democratas dos Estados Unidos exigiram ao governo do presidente Donald Trump o documento do acordo alcançado com El Salvador para encarcerar centenas de migrantes, em uma carta divulgada nesta sexta-feira (18).

Em março, os Estados Unidos expulsaram cerca de 238 migrantes, acusados de serem membros de gangues, ao Centro de Confinamento do Terrorismo (CECOT) em El Salvador, sem que pudessem contestar sua deportação em um tribunal.

“Não há provas de que a maioria dessas pessoas tenha participado de alguma atividade criminosa”, afirmam os congressistas Jamie Raskin, Robert Garcia, Bennie G. Thompson e Gregory W. Meeks, signatários da carta datada de 17 de julho.

Desde então, o governo de Trump afirma não ter autoridade para trazê-los de volta aos Estados Unidos porque não estão sob custódia americana.

Porém, segundo documentos judiciais revelados no início de julho, as autoridades salvadorenhas afirmaram a um grupo da ONU que Washington tem “a jurisdição e a responsabilidade legal” sobre os migrantes expulsos.

Diante da recusa de compartilhar o acordo, “o Congresso e o povo americano foram obrigados a confiar em investigações e informações da mídia”, queixam-se os congressistas.

“O Congresso tem o direito e a obrigação de supervisionar o Poder Executivo e determinar quais acordos nosso governo fez com um ditador estrangeiro para encarcerar indivíduos detidos nos Estados Unidos com o objetivo de colocá-los fora do alcance de nossos tribunais”, acrescentam.

O presidente salvadorenho, Nayib Bukele, conhecido por sua política de mão dura contra as gangues, declarou várias vezes não ter “poder” para enviá-los de volta.

Como consequência, os congressistas exigem à secretária de Segurança Interna Kristi Noem e ao chefe da diplomacia, Marco Rubio, que lhes forneçam “todos e cada um dos acordos” alcançados com El Salvador desde 20 de janeiro, dia da posse de Trump, sobre a detenção de migrantes.

Também desejam um “relatório detalhado sobre como são avaliadas as solicitações de asilo” e as expulsões, bem como o número de pessoas expulsas para o país centro-americano desde que Trump voltou ao poder.

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