A deputada republicana Liz Cheney, que embarcou em uma batalha contra Donald Trump, caminha para uma derrota eleitoral esmagadora no Wyoming, nesta terça-feira (16), para uma candidata endossada pelo ex-presidente.

Pesquisas apontam uma vantagem de cerca de 20 pontos para Harriet Hageman na corrida pela indicação republicana para um assento na Câmara dos Representantes. Uma pesquisa recente da Universidade de Wyoming prevê uma vantagem de quase 30 pontos.

Cheney, de 56 anos, tem sido uma pedra no sapato do magnata republicano por copresidir o comitê da Câmara de Representantes que investiga o papel de Trump no ataque violento de seus apoiadores ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.

O comitê investiga se Trump “faltou ao dever” durante o ataque que tentava impedir a certificação da vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais de 2020.

Em retaliação, o ex-presidente desencadeou sua fúria sobre Cheney, acusando-a de ser “desleal” e chamando-a de “fracassada que dá lições”.

Ele declarou apoio à principal adversária de Cheney, Harriet Hageman, uma advogada de 59 anos com quem se aliou em maio.

Em um estado onde mais de 70% dos eleitores apoiaram Trump na última eleição presidencial, Hageman defende a teoria que sustenta, sem provas, que o ex-presidente “foi roubado” em 2020.

– Ameaças de morte –

Liz Cheney tenta há mais de um ano desmantelar essa tese defendida por milhões de trumpistas.

Desde que passou a investigar Trump e seus colaboradores, a deputada se tornou alvo de uma série de ameaças de morte e já não viaja sem escolta policial.

Isso a obrigou a realizar uma espécie de campanha nas sombras, sem comícios eleitorais ou eventos públicos.

Cheney, filha do ex-vice-presidente Dick Cheney, é descendente da direita tradicional, pró-armas e anti-aborto. Ela foi excomungada pelo Partido Republicano de Wyoming, cujo líder participou das manifestações no dia da tomada do Capitólio.

“Não importa quanto tempo tenhamos que lutar, esta é uma batalha que venceremos. Milhões de americanos de toda nossa nação, republicanos, democratas, independentes, estão unidos pela causa da liberdade”, disse Cheney em uma mensagem de vídeo publicada na semana passada.

“Somos mais fortes, mais entregues em mais determinados do que aqueles que tentam destruir nossas república. Esta é a nossa grande tarefa e vamos vencer”, declarou.

Nesta terça-feira, também serão realizadas eleições no Alasca, onde a candidatura de Sarah Palin, uma das primeiras figuras do movimento contra as elites, gera divisão.

Palin, que concorreu à vice-presidência na chapa do republicano John McCain em 2008, é criticada por muitos eleitores por ter abandonado seu cargo de governadora do Alasca em 2009.

Uma pesquisa recente indica que 60% dos alasquianos têm uma opinião desfavorável sobre ela.