Confrontos entre Camboja e Tailândia deixam mais de 10 mortos

PHNOM PENH, 24 JUL (ANSA) – Tailândia e Camboja, no Sudeste Asiático, tiveram nesta quinta-feira (24) os confrontos militares mais mortais entre os dois países em mais de uma década, com saldo de mais de 10 óbitos em uma zona fronteiriça disputada.   

Bangkok e Phnom Penh se acusam mutuamente pelo início das hostilidades, que deixaram 12 mortos ? sendo 11 civis e um militar ? no lado tailandês e um número incerto de vítimas em território cambojano, uma vez que o governo local não divulgou números oficiais.   

Enquanto o Camboja disparou mísseis e tiros de artilharia, a Tailândia usou caças F-16 para realizar ataques aéreos no país vizinho. As duas nações disputam territórios no chamado Triângulo Esmeralda, onde suas fronteiras se encontram com as do Laos.   

Na Tailândia, a maior parte dos mortos estava em um posto de gasolina atingido por um foguete na província de Sisaket, incluindo estudantes que estavam dentro de uma loja de conveniências no local. Outros 35 civis ficaram feridos, segundo o Ministério da Saúde de Bangkok.   

Os combates começaram nos arredores de templos nas províncias de Surin, na Tailândia, e de Oddar Meanchey, no Camboja, cujo primeiro-ministro, Hun Manet, pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU).   

Horas antes, Bangkok havia expulsado o embaixador cambojano após militares tailandeses terem ficado feridos na explosão de uma mina terrestre.   

Ao todo, os enfrentamentos ocorreram em seis localidades diferentes ao longo da fronteira, que foi completamente fechada pela Tailândia, cuja embaixada em Phnom Penh pediu que os cidadãos deixem o Camboja “o quanto antes”.   

A China, aliada próxima de Phnom Penh, expressou “profunda preocupação” com o conflito e cobrou diálogo entre os dois países, enquanto a União Europeia pediu uma “desescalada” e “provas de moderação” a ambas as partes.   

A disputa no Sudeste Asiático também motivou uma crise política na Tailândia, onde a primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra foi suspensa do cargo pela Corte Constitucional no início de julho após a revelação de um telefonema no qual ela mostra uma postura subserviente com o ex-premiê cambojano Hun Sen, pai de Hun Manet. (ANSA).