Em meio à disputa judicial na Argentina para frear os fortes aumentos de gás e outros serviços básicos, o presidente Mauricio Macri pediu nesta segunda-feira à população que consuma “a mínima” energia possível.

“Hoje tenho que pedir a todos vocês que por favor entendam que a Argentina precisa que sejamos responsáveis e que consumamos menos energia”, afirmou Macri em um ato para anunciar um novo plano de moradias.

O presidente argentino fez o pedido horas antes de seu governo defender os aumentos que resultaram em protestos em todo o país e que levou a Justiça a suspender a aplicação dos novos preços até que a Suprema Corte se manifeste na próxima terça-feira.

Segundo fontes oficiais, Macri e seu gabinete discutem algumas medidas alternativas para recorrer nas próximas horas contra a suspensão judicial dos aumentos para todo o país, ordenado na quinta-feira pela Câmara Federal de La Plata, cidade ao sul de Buenos Aires.

“Quando vocês estiverem em casa no inverno e se virem de camiseta ou de pé no chão, é porque estão consumindo energia demais”, disse Macri.

Ao pedir que se agasalhem em vez de usar os sistemas de calefação a gás ou eletricidade o dia todo, Macri ressaltou: “Consumam o mínimo de energia necessária”.

Esse pedido foi replicado nas redes sociais e em canais de televisão, que mostraram imagens recentes do presidente acompanhado por sua esposa Juliana Awada assistindo a final da Copa América há duas semanas, usando roupas leves na sala de sua residência em uma noite bastante fria do inverno argentino.

Macri promoveu os aumentos com argumento de que as tarifas estavam defasadas, culpando o governo anterior da ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015).

O novo presidente também cortou subsídios, com exceção de casos de pessoas em extrema pobreza, que recebem um auxílio por filho, e aposentados que recebem salário mínimo.

As reclamações justiça foram apresentados pelos usuários, pequenos empresários, clubes de bairro e até mesmo províncias inteiras da Patagônia, onde o frio faz estragos.

O próprio ministro de Energia, Juan José Aranguren, lamentou “a judicialização” dessas medidas.