A reforma da Constituição argelina foi aprovada no referendo de 1º de novembro, que teve os menores níveis de participação da história neste país do Magreb, segundo os resultados definitivos anunciados na noite desta quinta-feira (12) pelo Conselho Constitucional.

O “Sim” teve 66,8% dos votos, enquanto o “Não” ficou com 33,20%, anunciou em declaração solene na televisão pública o presidente do Conselho Constitucional, Kamel Fenniche, que elogiou uma votação “transparente” e que “foi celebrada em boas condições”.

Os níveis de participação no referendo, boicotado por um movimento civil conhecido como “Hirak”, que impulsionou protestos iniciados no começo de 2019, foram de apenas 23,84%, os mais baixos em uma votação importante na Argélia, o que representou um “fracasso” para o regime argelino, segundo a imprensa local.

Na realidade, menos de 15% dos eleitores apoiaram a reforma constitucional, impulsionada pelo presidente Abdelmadjid Tebboune e que pretende ser a “pedra angular” de uma “nova Argélia”.

Tebboune, de 74 anos, não pôde estar no país durante a consulta, pois está hospitalizado na Alemanha, onde testou positivo para a covid-19, embora seu estado de saúde tenha melhorado, segundo o último comunicado da Presidência argelina.

Sua ausência acentuou a incerteza política na Argélia, que agora enfrenta uma piora da crise sanitária pela covid-19.