20/03/2024 - 11:34
O Instituto Trata Brasil divulgou o ranking de saneamento básico dos 100 municípios mais populosos do País nesta quarta-feira, 20. Entre as informações do levantamento, é de destaque que a coleta de esgoto subiu apenas dois pontos percentuais em todo território nacional.
O ranking considera todas as capitais das 27 unidades federativas do Brasil. Nas primeiras dez colocações, todos os municípios pertencem às regiões Sul e Sudeste. O estado de São Paulo é predominante e ocupa metade do top-10. Maringá (PR) foi a melhor colocada, seguida por São José do Rio Preto (SP) e Campinas (SP)
+ Um em cada 4 brasileiros não tem acesso a coleta de esgoto
+ Entenda por que o saneamento básico é o calcanhar de Aquiles do Brasil
Confira os dez primeiros colocados:
1º – Maringá (PR)
2º – São José do Rio Preto (SP)
3º – Campinas (SP)
4º – Limeira (SP)
5º – Uberlândia (MG)
6º – Niterói (RJ)
7º – São Paulo (SP)
8º – Santos (SP)
9º – Cascavel (PR)
10º – Ponta Grossa (PR)
Foram avaliados os 100 municípios mais populosos com base no Censo de 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e nas informações disponibilizadas pelo SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento).
O levantamento ainda considera como universalizado o saneamento básico em cidades onde 99% da população possui acesso à água potável e 90% à coleta e tratamento de esgoto. Números estabelecidos pelo Novo Marco Legal do Saneamento Básico.
Nenhum município da região Norte ou Nordeste está presente nas 20 primeiras posições do levantamento do Instituto Trata Brasil. Em média, entre os 20 melhores posicionados, 98,8% da população possui acesso à água potável, 96% à coleta de esgoto e 78,4% ao tratamento dos dejetos.
Confira os últimos dez colocados:
100º – Porto Velho (RO)
99º – Macapá (AP)
98º – Santarém (PA)
97º – Rio Branco (AC)
96º – Belford Roxo (RJ)
95º – Duque de Caxias (RJ)
94º – São Gonçalo (RJ)
93º – Belém (PA)
92º – Várzea Grande (MT)
91º – Juazeiro do Norte (CE)
Nas últimas 20 colocações, estão presentes cinco capitais da região Norte – Porto Velho (100º), Macapá (99º), Rio Branco (97º), Belém (93º) e Manaus (86º) – e duas Nordeste – Maceió (89º) e Teresina (80º).
O município de maior variação positiva entre o ranking de 2023 e 2024 foi Aparecida de Goiânia (GO), que subiu 34 posições. A cidade que mais perdeu colocações foi Paulista (PE), tendo caído 19. Cuiabá, a capital do Mato Grosso, foi a segunda de maior variação negativa.
Em uma média estabelecida pelo Instituto Trata Brasil, os municípios que ocupam as 20 piores posições fornecem acesso à água potável para 82% da população, disponibilizando a coleta de esgoto para 28,1% e tratamento dos dejetos para 20%.
Investimento
O levantamento do Instituto Trata Brasil ainda considera a média de investimento por habitante dos municípios. As 20 primeiras cidades investiram R$ 201,47 per capita em saneamento básico, número 13% menor do que o patamar médio para a universalização.
Os dados possuem maior disparidade entre os últimos 20 colocados, que possuem um percentual de investimento per capita 68% menor do que o esperado para que a universalização seja possibilitada, gastando R$ 73,85 por habitante.
As cidades que mais investiram foram: Praia Grande (SP) – R$ 693,01; Santo André (SP) – R$ 628,07; Cuiabá (MT) – R$ 472,42; Aparecida de Goiânia (GO) – R$ 463,28; e Piracicaba (SP) – R$ 328,56.
Os municípios que menos investiram foram: Várzea Grande (MT) – R$ 25,91; São Gonçalo (RJ) – R$ 29,44; Rio Branco (AC) – R$ 30,02; Santarém (PA) – R$ 34,30; e Porto Velho (RO) – 37,47.
O estudo do Instituto Trata Brasil concluiu que 90 milhões de brasileiros não possuem acesso à coleta de esgoto no País, enquanto a falta de disponibilidade da água potável afeta 32 milhões de pessoas.
A pesquisa concluiu que, em todo o País, o índice de coleta de esgoto cresceu de 55,8% para 56% e o de tratamento dos dejetos subiu de 51,2% para 52,2%. Ainda segundo o levantamento, 5,2 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são despejadas na natureza todos os dias.
Conforme o Conexão GloboNews, caso tal ritmo de evolução no saneamento básico seja mantido, levará quase dois séculos para que o serviço seja universalizado.