Confira o perfil de Bolsonaro,candidato do PSL à Presidência

SÃO PAULO, 8 OUT (ANSA) – Em sua primeira disputa à Presidência da República, o capitão reformado do Exército, Jair Messias Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL), alcançou 46,03% dos votos do primeiro turno e é o favorito a vencer o pleito do próximo dia 28 de outubro. Aos 63 anos, ele está no sétimo mandato como deputado federal.   

De mais de 170 projetos de sua autoria, apenas dois viraram lei.   

Em seus quase 30 anos na vida política, Bolsonaro ganhou notoriedade por adotar um discurso radical, incluindo ataques a homossexuais e mulheres. Além disso, é defensor do regime militar e já homenageou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, responsável por torturas durante o período da ditadura (1964-1985), ao votar pelo encaminhamento do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.   

Com os escândalos de corrupção atingindo os partidos da política brasileira, Bolsonaro passou a angariar apoio entre os desiludidos com o atual governo e os saudosos da ditadura militar, porque, segundo estes eleitores, não existia corrupção ou desordem.   

Nascido em Campinas, no interior de São Paulo, no dia 21 de março de 1955, Bolsonaro começou sua carreira militar ao cursar a Escola Preparatória de Cadetes do Exército. Seguiu sua formação na Academia Militar das Agulhas Negras, onde se formou em 1977.   

O presidenciável serviu no 9º Grupo de Artilharia de Campanha, em Nioaque (MS), entre 1979 e 1981. Além disso, ele integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista, onde se especializou em paraquedismo. Em 1983, se formou em educação física na Escola de Educação Física do Exército e em mestre em saltos pela Brigada.   

Logo depois, chegou a patente de Capitão.   

No ano de 1986, o atual político liderou um protesto contra os baixos salários dos militares, o que lhe garantiu 15 dias na prisão após infringir o regulamento disciplinar do Exército. A partir de 1988, Bolsonaro deu início à carreia política a ser eleito vereador do Rio de Janeiro pelo partido Democrata Cristão. Em 1993 envolveu-se em uma polêmica na Câmara ao alegar que a existência de muitas leis atrapalhava o exercício do Poder e defendeu o retorno do ditadura militar e o fechamento do Congresso. Na ocasião, o deputado Vital Rego, corregedor do Congresso, solicitou à Procuradoria-Geral da República o início de uma ação penal por crimes contra a segurança nacional, ofensa à Constituição e ao regimento interno da Câmara Federal.   

Em 2014, chegou a ser eleito o deputado mais votado do Rio de Janeiro, com 464.565 votos. Ao todo, ele se reelegeu para sete mandatos, a última pelo Partido Progressista (PP).   

Em seu site, o candidato do PSL afirma ser conhecido “por suas posições em defesa da família, da soberania nacional, do direito à propriedade e dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. Suas bandeiras políticas são fortemente combatidas pelos partidos de ideologia esquerdista”.   

Neste ano, entre as propostas de seu plano de governo, Bolsonaro não admitirá a ideologia de gênero nas escolas, irá instalar colégios militares em todas as capitais do país; propõe a diminuição do percentual de vagas para cotas raciais; além de defender a adoção da educação à distância no Ensino Fundamental e universitário.   

No âmbito da saúde, o político pretende combater a mortalidade infantil, defende a melhoria do saneamento básico e a adoção de medidas preventivas de saúde para reduzir o número de prematuros. Já na segurança, quer reformular o Estatuto do Desarmamento, defendendo o direito a posse e porte de arma de fogo por todos; reduzir a maioridade penal para 16 anos; acabar com a progressão de penas e as saídas temporárias; apoiar penas duras para crimes de estupro, incluindo castração química voluntária em troca da redução da pena.   

Nas políticas sociais e direitos humanos, Bolsonaro pretende garantir a cada brasileiro uma renda igual ou superior ao que é atualmente pago pelo Bolsa Família e é crítico ao Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), afirmando que é estímulo à “vagabundagem”.   

Na economia, ele quer deixar para trás o comunismo e o socialismo e praticar o livre mercado; propõe a criação de uma nova carteira de trabalho para os trabalhadores; e quer indicar Paulo Guedes como ministro da Fazenda, que teria a pretensão de recriar um imposto nos moldes da CPMF e estabelecer uma alíquota única de 20% no Imposto de Renda.   

Bolsonaro ainda quer cortar ministérios e nomear pelo menos cinco generais como ministros, e defende a saída do Brasil do Acordo de Paris sobre o clima. O vice-presidente da chapa de Bolsonaro é o general Antônio Hamilton Martins Mourão, natural de Porto Alegre (RS). Ele entrou no Exército em 1972, ficando na ativa até fevereiro deste ano. Mourão é conhecido por dar declarações polêmicas sempre enaltecendo o regime militar. (ANSA)