VATICANO, 7 MAI (ANSA) – Após a missa “Pro Eligendo Romano Pontifice”, que antecede as votações do primeiro dia do conclave que definirá o sucessor do papa Francisco, os 133 cardeais eleitores ainda terão algumas horas de “liberdade”, entre a Casa Santa Marta e o almoço, antes de entrarem na Capela Sistina.
O próximo encontro deles será em frente à Casa Santa Marta, às 15h45 (horário local). De lá, eles seguirão a pé ou de micro-ônibus em direção ao Palácio Apostólico.
A primeira parada é na Capela Paolina, onde haverá uma breve oração e, na sequência, todos os cardeais vão iniciar uma procissão. Na frente estarão os mestres de cerimônias com a cruz e dois castiçais, seguidos dos cantores, dos prelados, dos protonotários apostólicos e do eclesiástico, que conduzirá a meditação, ou seja, o cardeal Raniero Cantalamessa.
Por fim, os cardeais eleitores seguirão na ordem de diáconos, presbíteros e bispos. A procissão será acompanhada pelas ladainhas dos santos.
A chegada à Capela Sistina está prevista para aproximadamente 16h30 (horário local), quando os cardeais tomam cada um o seu lugar e o ‘Veni Creator’, a invocação ao Espírito Santo, é cantado.
Logo depois, será realizado o juramento, primeiro coletivamente e depois individualmente, um por um. Quando o último dos cardeais tiver prestado o juramento, o mestre de cerimônias, monsenhor Diego Ravelli, declara “Extra omnes” (Todos para fora, no português), retirando os presentes que não poderão acompanhar o conclave. É provável que este rito aconteça por volta das 17h30 ou 18h (horário local).
A partir daí, não haverá mais conexão entre os cardeais e o mundo exterior. A portas fechadas e longe das câmeras, os religiosos ouvirão a meditação de Cantalamessa. Ao final dela, ele e Ravelli deixarão a Capela Sistina.
Neste ponto, o cardeal decano, que dentro do conclave será o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin – Giovanni Battista Re não é eleitor -, pergunta aos eleitores se devem prosseguir para a primeira votação. Neste caso, uma maioria simples é suficiente.
Antes da votação, os cardeais realizam sorteio para delegar funções específicas: três escrutinadores -responsáveis por fazer a contagem dos votos -; três infirmarii – recolhem votos dos cardeais doentes quem não tiveram condições de depositar na urna -; e três revisores, que conferem a apuração dos votos.
Em seguida, os cardeais eleitores recebem as cédulas de votação com a frase “Eligo in Summum Pontificem” (Elejo como Sumo Pontífice, do latim), com um espaço para escrever o nome do escolhido, e ocorre a votação propriamente dita do novo papa, cujo quórum é de 89 votos.
Todos os cardeais caminham um a um – do mais velho para o mais novo – até o altar, fazem um juramento e depositam a cédula dobrada duas vezes em um recipiente.
A primeira fumaça da queima dos votos dos cardeais deve, portanto, ocorrer por volta das 19h ou 19h30, ou seja, 14h ou 14h30 da tarde no horário de Brasília.
A definição será conhecida pela cor da fumaça que sairá da Capela Sistina. Se ela for preta, significa que a votação não chegou a um nome de consenso. Já a fumaça branca indica que o novo papa foi escolhido.
A partir do segundo dia de conclave, na quinta-feira (8), os cardeais votarão até quatro vezes, com até duas “rodadas” de fumaça. (ANSA).