Depois de uma participação histórica nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, em que a delegação brasileira bateu seu recorde de medalhas conquistadas em único torneio, sendo 72 no total, 22 de ouro, 20 de prata e 30 de bronze, o Brasil irá para os Jogos Paralímpicos de Paris 2024 em busca de aprimorar ainda mais seus resultados.

Ao todo o Brasil já conquistou 373 medalhas na história das Paralimpíadas, sendo 109 de ouro, 132 de prata e 132 de bronze, somando todas as 11 edições do torneio. Para aumentar esse número, a delegação brasileira contará com atletas multicampeões que podem ajudar nessa contagem, além de fazer história individualmente. 

Confira atletas e seleções coletivas que são os principais destaques da delegação brasileira nos últimos Jogos e que querem seguir fazendo bonito na competição.

Carol Santiago – natação

O primeiro destaque é para a principal atleta dos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, Carol Santiago, da natação. Naquela edição do torneio, Carol, já aos 36 anos, foi a maior medalhista da delegação brasileira, tendo conquistado 5 medalhas, com três de ouro (50m livre S13, 100m livre S12 e 100m peito SB12), uma de prata (4×100 m 49 pts misto) e uma de bronze (100m costas S12).

Nascida com a síndrome de Morning Glory, uma alteração na retina que reduz o campo de visão, Carol é a atual recordista mundial dos 50m livre S13 e também vem de grandes resultados pós Jogos de Tóquio, com 10 medalhas de ouro nos últimos dois Mundiais de Natação Paralímpica.

Jovane Guissone – esgrima

As grandes histórias de superação marcam os Jogos Paralímpicos. Jovane Guissone é um caso marcante e o gaúcho quer fazer história em Paris. Em 2004, quando tinha 21 anos, Jovane perdeu os movimentos nas pernas, após levar um tiro quando reagia a um assalto. Quatro anos depois, em 2008, começou a praticar esgrima em cadeira de rodas e hoje é um dos grandes nomes do esporte paralímpico brasileiro.

Foi campeão paralímpico de espada em Londres-2012 e prata em Tóquio 2020. Agora, aos 41 anos, tentará mais uma medalha paralimpíca na modalidade. O atleta chega com bons resultados três ouros no Campeonato das Américas 2022 e o ouro na Copa do Mundo da Hungria, também em 2022.

Jerusa Geber – atletismo

Jerusa Geber nasceu totalmente cega e apenas aos 19 anos começou a praticar o atletismo paralímpico. Agora, aos 42 anos, Jerusa irá em busca de seu primeiro ouro no torneio.

A acreana é um dos grandes nomes do esporte paralímpico brasileiro, tendo conquistado 4 medalhas, duas de prata, nas categorias 100m T11 e 200m T11 (Londres 2012) e dois bronzes na categoria 100m T11 e 200m T11 (Pequim 2008 e Tóquio 2020).

A esperança pelo ouro inédito vem sendo alimentada pelos grandes resultados de Jerusa no último ciclo. A brasileira conquistou o ouro nos 100m do Mundial Paris 2023, nos Jogos Parapan-Americanos Santiago 2023 e no Mundial Kobe 2024, no último mês de maio.

Petrúcio Ferreira – atletismo

O atletismo também pode ser responsável por grandes vitórias brasileiras em Paris. Petrúcio Ferreira, por exemplo, é um dos principais nomes da modalidade paralímpica no mundo e quer continuar no topo.

Petrúcio é detentor de 5 medalhas paralímpicas (2 ouros, 2 pratas e 1 bronze). O paraibano de  27 anos é o atual bicampeão paralímpico na categoria 100m T47, para atletas que possuem deficiências nos membros superiores. Além disso, detém o recorde na categoria, (10 segundos e 42 centésimos), marcado na semifinal do Mundial de Atletismo de Dubai, em 2019.

Vivendo ainda seu auge da carreira, Petrúcio conquistou o ouro recente nos 100 do Mundial de Kobe em 2024, Mundial de Paris 2023 e Parapan-Americano em Santiago 2023. Dessa maneira, Petrúcio chega como um dos nomes mais fortes da delegação brasileira na Paralimpíada de Paris 2024. 

Claudiney Batista – atletismo

Outra atleta destaque do atletismo paralímpico brasileira é Claudiney Batista, atual tricampeão Mundial e bicampeão Paralímpico da prova do lançamento de disco.

Com um recorde de grandes conquistas no cenário paralímpico e mundial, Claudiney busca manter sua hegemonia na modalidade nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. 

Alana Maldonado – judô

As atletas femininas do Brasil são destaques nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. O Brasil irá mandar sua maior delegação feminina da história, com 117 atletas e diversas esperanças de medalhas. Alana Maldonado, no judô, é uma das principais.

Líder do ranking mundial em sua categoria no judô (classe J2), Alana Maldonado luta é a atual campeã de Tóquio 2020. A conquista, que marcou o primeiro ouro do Brasil na categoria, é resultado de uma vida dedicada ao esporte, já que a judoca luta desde os 4 anos e desde 2014 pratica o esporte paralímpico.

Alana, que aos 14 anos foi diagnosticada com Doença de Stargardt, doença degenerativa que afeta a visão central, também conquistou a prata nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016. Além disso, também vem de um ciclo vencedor, tendo sido campeã do Mundo em Baku (Azerbaijão) em 2022.

Bruna Alexandre – tênis de mesa

Depois de participar dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, Bruna Alexandre fez história ao se tornar a primeira atleta brasileira, seja no feminino ou no masculino, a disputar as Olimpíadas e os Jogos Paralímpicos.

Atual medalhista de prata na Classe 10 do tênis de mesa, e duas vezes medalhista de bronze na Paralimpíada do Rio 2016,  Bruna vai em busca de sua primeira medalha de ouro na competição e é uma das grandes esperanças de pódio do Brasil. 

Fernando Ruffino – canoagem

A canoagem é um dos esportes que mais está em destaque no Brasil. Em quanto nas Olimpíadas Isaquias Queiroz acumula medalhas, na Paralimpíada Fernando Rufino é o atual campeão da modalidade na categoria VL2M 200m e defenderá o título em Paris 2024.

Seleção feminina de vôlei sentado

O Brasil também tem destaque nos jogos coletivos paralímpicos. No vôlei sentado, a seleção feminina foi medalhista de bronze nas últimas duas edições e agora quer subir de lugar no pódio.

Depois da conquista do título Mundial inédito em 2022, realizado na Bósnia e Herzegovina, a seleção tem grandes chances de conquistar medalha em Paris.

Seleção de futebol de cegos

Por fim, o Brasil é dominante no futebol de cegos masculino e busca manter a invencibilidade nos Jogos de Paris 2024. Desde que a modalidade foi incluída no cronograma paralímpico, em Atenas 20024, o Brasil nunca perdeu um jogo, foram 27 partidas com 21 vitórias e 6 empates.

Dessa maneira, o Brasil conquistou os títulos em todas as edições: Atenas 2004, Pequim 2008, Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020. Em Paris, a seleção será capitaneada pelo talento de Ricardinho, um dos principais nomes da história da modalidade, em busca do hexacampeonato Paralímpico.