19/01/2021 - 9:40
O Aberto da Austrália é o primeiro Grand Slam da temporada, e muitos tenistas esperam ansiosamente pela competição em meio à pandemia do novo coronavírus. No entanto, o surto de covid-19 ainda está longe de acabar e afetou recentemente o torneio, marcado para começar dia 8 de fevereiro, em Melbourne.
Ao todo, 72 jogadores, entre homens e mulheres, estão confinados em hotéis após passageiros testarem positivo para a covid-19, neste fim de semana, em três dos 17 voos que transportavam os tenistas e seus treinadores rumo ao país sede da competição. Eles ficarão isolados em quartos por, pelo menos, 14 dias, sem terem a possibilidade de treinar.
Seus rivais, pelo outro lado, podem treinar até cinco horas por dia, enquanto os tenistas em quarentena têm de se inovar. Alguns desabafam o desconforto nas redes sociais, outros tentam adaptar treinos mais contidos e usam até colchões como auxílio.
Número 12 do ranking da WTA, a suíça Belinda Bencic publicou um vídeo em suas redes sociais no qual aparece batendo bola contra a janela do seu quarto de hotel. Confinada, a tenista chega a brincar com o chão do local, que é de carpete. “Superfície errada, mas isso não importa para nós”, escreveu, mostrando seu foco e ansiedade para o Grand Slam.
O mesmo foi feito por Pablo Cuevas, uruguaio e número 70 do mundo. Só que ao contrário da suíça, ele usa um colchão como aparato para devolver a bola de tênis.
No entanto, o bom humor não é compartilhado por todos. Em confinamento, muitos têm de recorrer a serviços de quarto que não agradam em boa parte das vezes. Atletas como Fabio Fognini, Pablo Carreño, Corentin Moutet e Marco Cecchinato foram alguns que foram às redes sociais reclamar da comida. Outros, como Benoit Paire e Damis Dzumhur, deixaram de lado a dieta e optaram por satisfazer a vontade de comer fast-food.
Philipp Oswald e Sorana Cirstea foram um pouco mais críticos. O austríaco chamou as duas semanas de isolamento social de “loucas” e disse ainda que as novas regras “nunca foram comunicadas”. Já a romena declarou que, se soubesse do protocolo, jamais teria embarcado rumo a Austrália. “O que não posso fazer é competir depois de passar 14 dias no sofá”, disse ela.
SEM REGALIAS – Isolados e sem terem onde treinar, os 72 tenistas não terão “vantagens” sobre seus adversários por terem de ficar em confinamento. Alguns pediram por restrições mais leves, a fim de retomarem a forma perto do ideal para suas partidas, mas não tiverem as solucitações atendidas.
Autoridades da Austrália confirmaram mais dois novos casos de covid-19 nesta segunda-feira, subindo para seis o número de pessoas infectadas que tiveram contato ou que dividiram espaço durante a viagem com tenistas que disputarão o Grand Slam.
Número 1 do mundo, o sérvio Novak Djokovic não teve nenhum caso em seu voo. Porém, ainda assim, solicitou para que fosse instalado em uma casa com quadra paticular. Seu pedido foi negado. Daniel Andrews, primeiro ministro do Estado de Victoria, ressaltou que “não há tratamento favorável. O vírus não trata ninguém de maneira especial.”