A confiança do empresário foi fortemente abalada pela paralisação dos caminhoneiros no fim de maio e as medidas adotadas pelo governo para resolver a crise, como o tabelamento do frete. A constatação é da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que divulgou no período da manhã desta quarta-feira, 20, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei). Em junho, o indicador recuou 5,9 pontos em relação a maio, atingindo 49,6 pontos. É a maior queda registrada pelo estudo desde 2010.

O índice de junho ficou abaixo da linha dos 50 pontos do levantamento, o que mostra falta de confiança. Desde janeiro de 2017, o índice vinha acima dos 50 pontos, indicando otimismo do empresariado. “A perda de confiança deve-se à forte piora do sentimento dos empresários com relação à situação atual da economia e de suas expectativas para os próximos seis meses”, destaca a pesquisa.

O indicador de condições atuais da economia e da empresa caiu de 50,1 pontos para 42,4 pontos entre maio e junho. Mas o indicador de expectativa para os próximos meses permanece favorável, diz a CNI, acima de 50 pontos em junho. No entanto, o otimismo se dá mais pelas condições da própria empresa (56,6 pontos) e não pelo desempenho da economia do País no curto prazo (46,6 pontos).

O levantamento mostra que a perda de confiança foi registrada em junho em todos os portes de empresa, regiões do País e segmentos industriais. As grandes e médias empresas tiveram queda mais intensa no Icei (de 6,2 pontos) do que as pequenas. Apesar disso, somente os empresários de grandes indústrias se mantêm otimistas. O índice das grandes empresas ficou em 50,7 pontos no mês, o das médias ficou em 48,9 pontos e o das pequenas, em 47,9 pontos.

Por região, a confiança do empresário caiu no País inteiro. No Sul e Sudeste, a desconfiança é maior, com quedas que levaram o Icei para valores abaixo dos 50 pontos. Nas demais, apesar da queda, o índice manteve-se em 50 pontos ou mais. “Destaca-se que a Região Norte, apesar de registrar o maior Icei (52,2 pontos) é também onde se registrou a maior queda mensal (7,4 pontos)”, cita o estudo.

Esta edição da pesquisa foi feita entre 4 a 14 e junho, com 2.779 empresas, das quais 1.115 são pequenas, 1.039 são médias e 625 são de grande porte.

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