Um total de 381 manifestantes que participaram dos históricos protestos de 11 e 12 de julho de 2021 foram condenados em Cuba por vários crimes, incluindo 36 que receberam sentenças de até 25 anos de prisão por sedição, informou a Procuradoria-Geral da República nesta segunda-feira.
Os protestos que eclodiram em 11 de julho deixaram um morto, dezenas de feridos e mais de 1.300 detidos, centenas dos quais ainda estão na prisão, segundo a organização civil Justicia 11J.
A Procuradoria disse em comunicado que até agora, “381 pessoas foram sancionadas, incluindo 16 jovens com entre 16 e 18 anos, principalmente por crimes de sedição, sabotagem, roubo com força e violência; ataque, desacato e desordem pública”.
As sentenças são definitivas, uma vez que essas 381 pessoas recorreram perante o Supremo Tribunal das sentenças que lhes foram impostas após julgamentos sumários.
A Procuradoria especificou que “297 acusados foram condenados a penas de privação de liberdade”, dos quais 36 condenados a até 25 anos “pelo crime de sedição”.
Outros 84 detidos, incluindo 15 jovens com idades compreendidas entre 16 e 18 anos, tiveram “a privação de liberdade comutada por outras penas alternativas que não implicam (…) entrada na prisão”, e poderão cumprir suas penas com “trabalho correcional com e sem internação”.
Em Cuba, a maioridade é adquirida aos 18 anos, mas a responsabilidade criminal e militar se aplica a partir dos 16 anos.
O governo informou em 25 de janeiro que 790 pessoas, incluindo 55 menores de 18 anos, foram acusadas pelas manifestações de julho.
As autoridades afirmam que as manifestações, as maiores registradas na ilha desde o triunfo da revolução em 1959, foram orquestradas a partir dos Estados Unidos.
Por sua vez, Washington considerou excessivas as sentenças impostas aos manifestantes e exigiu insistentemente a libertação de todos esses prisioneiros.