A Polícia Federal considerou após conclusão de inquérito, o qual envolve a Anvisa, que  Douglas Bozza cometeu o crime de ameaça. O paranaense enviou email que foi encaminhado para cinco diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

No texto, Douglas foi claro e disse que mataria quem “atentasse contra vida de seu filho”. A ameaça foi em resposta à obrigação da vacinação contra Covid-19 para crianças entre 5 e 11 anos. A investigação da PF foi concluída no mês passado, mas somente agora o resultado foi divulgado, primeiramente pela coluna Painel, da jornalista Camila Mattoso, da Folha de S. Paulo.

“Por identificar uma ameaça contra a saúde e integridade do meu filho nestas vacinas experimentais, sejam o que forem (sic), estou tomando a difícil atitude de retirá-lo do ambiente escolar”, dizia a mensagem enviada.

“Deixando bem claro para os responsáveis de cima para baixo: quem ameaçar, quem atentar contra a segurança física do meu filho, será morto”, completou Bozza no email.

De acordo com Bozza, a mensagem eletrônica foi enviada após ele ter pedido documentos à Anvisa e para a Secretaria de Saúde do Paraná e não obter resposta.

“O declarante afirma que a possível ameaça/determinação feita por correio eletrônico seria uma maneira de ambos começarem a se respeitar”, diz o relatório da PF ao qual o Painel teve acesso.

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“Tal ameaça se torna, ainda mais preocupante para as vítimas, em virtude do atual momento pandêmico que o país atravessa, aliado à polarização político-ideológica que se espraia no terreno das ciências, tornando simples factoides em verdades absolutas, a serem defendidas com o próprio sangue, se for entendido como necessário”, escreveu o delegado responsável.

O email foi enviado em outubro, antes mesmo da liberação da agência da vacina da Pfizer para faixa etária específica de crianças, o que somente ocorreu na última semana. Com isso, a Anvisa foi alvo de ataques, inclusive do presidente Jair Bolsonaro (PL). O mandatário ameaçou divulgar os nomes dos responsáveis pela aprovação do imunizante.

Por conta disso, a Polícia Federal abriu nesta segunda-feira (20) uma nova investigação, desta vez a pedido de integrantes da agência. Cinco diretores da Anvisa foram ouvidos pela PF, os quais entenderam que estão vulneráveis em meio às críticas pela aprovação da vacina.

Apesar da caracterização do crime, a PF disse que não indiciou Bozza por conta da potencialidade do delito. Nesse sentido, o Ministério Público Federal é quem poderá denunciar o paranaense e dar seguimento ao caso. Caso seja condenado, o autor do email poderá pegar 6 meses de prisão ou multa.


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