Conclave terá 22 cardeais eleitores da América Latina

RIO DE JANEIRO, 6 MAI (ANSA) – A presença latino-americana no conclave que se reunirá a partir de amanhã (7) será histórica: 12 países da região encontrarão sua voz graças a 22 cardeais eleitores, com o Brasil ostentando um contingente de sete religiosos, e a Argentina, com quatro.   

Uma representação que pesa cerca de um sexto dos 133 eleitores, o que os observadores interpretam como uma mudança no eixo de poder dentro da Igreja Católica. Os cargos e carreiras de muitos desses cardeais refletem a visão pastoral do papa Francisco: acompanhar os pobres, defender os direitos humanos e construir a paz.   

Mesmo que o bloco não seja homogêneo, a proximidade com Jorge Bergoglio testemunha uma visão de abertura e proximidade do grupo. Da delegação brasileira, apenas dois foram nomeados por Bento XVI: o arcebispo de São Paulo, Odilo Scherer, 75, e João Braz de Aviz, 77, responsável pelo Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica.   

Já Francisco promoveu os Arcebispos do Rio de Janeiro, Orani João Tempesta (74); de Manaus, Leonardo Ulrich Steiner (74); de Salvador, Sérgio da Rocha (65); de Brasília, Paulo Cezar Costa (57); e Jaime Spengler (64), titular da Arquidiocese de Porto Alegre.   

Quanto aos argentinos, todos foram nomeados por Bergoglio: Víctor Manuel Fernández (62), que dirige o Dicastério para a Doutrina da Fé; e os arcebispos de Córdoba, Angel Sixto Rossi (66); de Santiago del Estero, Vicente Bokalic Iglic (72); e de Buenos Aires, Mario Aurelio Poli (77).   

O México, por sua vez, possui dois cardeais: Carlos Aguiar Retes, 75, que é uma voz conhecida contra a submissão da Igreja Católica ao poder, e Francisco Robles Ortega (76), que carrega grande sensibilidade social.   

Cuba terá no conclave apenas o voto de Juan de la Caridad García Rodríguez, promovido por Bergoglio em 2019, enquanto a Nicarágua será representada por Leopoldo Brenes. O guatemalteco Álvaro Ramazzini é um forte defensor dos povos indígenas e dos direitos humanos, enquanto o peruano Castillo Mattasoglio é contra a corrupção estrutural e defende abrir espaço a novas formas de Igreja. (ANSA).