SÃO PAULO (Reuters) – A safra brasileira de café de 2022 foi estimada em 50,38 milhões de sacas de 60 kg, corte de 5,65% ante a previsão divulgada em maio, devido à menor colheita de arábica por fatores climáticos, informou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta terça-feira.

A redução só não foi ainda maior porque a Conab elevou ligeiramente a previsão para a safra de grãos canéforas (robusta/conilon), para um novo recorde.

A variedade arábica sofreu os efeitos de seca e geadas no ano passado, que limitaram o potencial de colheita em 2022.

“A esperada influência da bienalidade positiva não se confirmou, e as intempéries climáticas registradas na safra 2021, com prolongados períodos de estiagem e geadas em algumas localidades, continuaram a influenciar negativamente a safra 2022”, disse a Conab.

“Nem a retomada das precipitações em bom nível nos primeiros meses de 2022 foi suficiente para evitar a diminuição do potencial produtivo”, acrescentou.

A produtividade média estimada é de 27,4 sacas/hectare, apenas 3,7% superior ao da safra 2021, ano de bienalidade negativa, e 22,2% inferior ao registrado na safra 2020, um ano de bienalidade positiva.

Assim, a colheita total no maior produtor e exportador global deverá ficar 5,6% acima da de 2021, mas 20,13% abaixo do recorde de 2020, quando somou 63,08 milhões de sacas.

A Conab estimou a safra de arábica deste ano em 32,4 milhões de sacas, ante 35,7 milhões na previsão anterior, com alta de 3,1% sobre 2021.

Já a safra de café robusta/conilon foi vista em recorde de 18 milhões de sacas, ante 17,7 milhões na previsão anterior e 16,29 milhões em 2021.

(Por Roberto Samora)

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