A comunidade LGBTQIA+ da Colômbia pediu, nesta terça-feira (9), ao Conselho de Segurança da ONU apoio para fortalecer a inclusão de mulheres e pessoas da comunidade no processo de consolidação da paz na Colômbia.

Marcela Sánchez, diretora da organização “Colombia Diversa”, fez várias recomendações a esse fórum da ONU durante a sessão trimestral dedicada a analisar os avanços dos acordos de paz de 2016, a fim de proteger os direitos desses grupos após os assassinatos de vários defensores dos direitos humanos por sua orientação sexual.

De acordo com dados da Unidade de Vítimas divulgados em março, cerca de 6.000 vítimas LGBTQIA+ foram registradas no conflito colombiano, apontou. Em 2023, oito defensores dos direitos LGBTQIA+ foram assassinados.

“Cada ataque ou assassinato contra uma pessoa LGBTQ que não é investigado envia a mensagem de que nossas vidas são dispensáveis”, disse Sánchez, acusando os “atores armados” de “perseguir, fazer desaparecer e assassinar” esses indivíduos, em especial “afrocolombianos e adolescentes”.

Ela pediu que os autores dos ataques sejam punidos e exigiu “participação plena, igualitária e segura de mulheres e pessoas LGBTQ” na implementação do acordo de paz.

Além de integrar a “perspectiva de gênero” no trabalho da Unidade Nacional de Proteção, ela pediu à Missão de Verificação da ONU que “relate regularmente ao Conselho de Segurança sobre a situação dos defensores dos direitos humanos, incluindo os defensores LGBTQ” e que inste o governo colombiano a incluir a “violência sexual em todos os futuros acordos de cessar-fogo”.

“Nomear nem sempre é participar”, lembrou Sánchez, instando os 15 membros do fórum a considerar a Colômbia como um “laboratório” para a agenda de mulheres, paz e segurança.

“O sucesso ou fracasso nesse caso poderia estabelecer um precedente decisivo para a proteção dos direitos LGBTQ em outras partes do mundo”, disse.

Nesse sentido, Carlos Ruiz Massieu, chefe da Comissão de Verificação da ONU, afirmou que espera “resultados concretos” em direção ao objetivo de alcançar 60% da aplicação do capítulo étnico até 2026, a fim de acabar com a “exclusão prolongada e o impacto desproporcional” do conflito nas comunidades indígenas e afrocolombianas, além de mulheres e pessoas LGBTQIA+.

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