ROMA, 8 AGO (ANSA) – A comunidade internacional criticou o plano de Israel de assumir o controle da Cidade de Gaza, que concentra metade da população da Faixa de Gaza, e pediu que o governo do premiê Benjamin Netanyahu reconsidere o projeto.
A ocupação foi aprovada após uma reunião de 10 horas do gabinete de segurança israelense e prevê a evacuação de cerca de 1 milhão de pessoas, o que pode piorar a já grave crise humanitária no enclave palestino.
Segundo o alto comissário das Nações Unidas para Direitos Humanos, Volker Turk, o plano deve ser “parado imediatamente” e contraria uma sentença da Corte Internacional de Justiça determinando que Israel encerre sua ocupação nos territórios palestinos “o quanto antes”.
“Essa nova escalada vai se traduzir em um novo êxodo forçado em massa, mais assassinatos, violências insuportáveis, destruições insensatas e crimes atrozes. Em vez de intensificar essa guerra, o governo israelense deveria se empenhar ao máximo para salvar as vidas dos civis de Gaza”, declarou Turk.
Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a decisão do governo Netanyahu precisa ser “reconsiderada” e que é necessário um “cessar-fogo imediato”.
Diversos países também se manifestaram, como a Bélgica, que convocou a embaixadora israelense em Bruxelas, Idit Rosenzweig-Abu, para expressar “total desaprovação” contra a “política de colonização nos territórios palestinos”.
Ainda na Europa, o premiê do Reino Unido, Keir Starmer, definiu a estratégia de Israel como “errada”. “Essa ação não contribuirá em nada para encerrar o conflito ou garantir a libertação dos reféns, levando apenas a mais derramamento de sangue”, disse.
Já a Alemanha anunciou um embargo à exportação de armamentos ao país judeu, e a Espanha condenou “com firmeza” a ideia de tomar a Cidade de Gaza.
A China, por sua vez, expressou “séria preocupação” e exortou Israel a “cessar imediatamente suas ações perigosas”. “Gaza pertence ao povo palestino e é parte integrante do território palestino”, destacou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Pequim. (ANSA).