As Nações Unidas, a União Europeia e a organização Repórteres sem Fronteiras condenaram nesta quarta-feira (16) o assassinato no México do jornalista Juan Carlos Huerta e expressaram sua preocupação com os mais de cem casos de comunicadores assassinados no país desde 2000, a maioria impunemente.

“Condenamos o assassinato” ocorrido na terça-feira em Tabasco, estado do leste do México, diz um comunicado assinado pela delegação da União Europeia (UE) e pelas embaixadas da Noruega e da Suíça.

Huerta, jornalista de rádio e televisão de 45 anos, foi atacado a tiros quando saía de casa em um subúrbio da cidade de Villahermosa, quando era lembrado no país o assassinato, há exatamente um ano, do renomado jornalista especializado em narcotráfico Javier Valdez.

Huerta é, segundo a Repórteres sem Fronteiras (RSF), o quarto jornalista morto este ano no México. Antes dele, foram executados Carlos Domínguez, em janeiro, em Tamaulipas (nordeste), Leslie Ann Pamela Montenegro, em fevereiro, em Guerrero (sul), e Leobardo Vázquez, em março em Veracruz (leste).

O México é um dos países mais perigosos para o exercício do jornalismo com mais de cem comunicadores assassinados desde o ano 2000. A maior parte dos crimes permanece impune.

O presidente Enrique Peña Nieto prometeu punir os responsáveis pela morte de jornalistas.

“Expressamos nossa preocupação com a falta de resultados nas investigações abertas para esclarecer os casos anteriores de assassinato de jornalistas no México”, reforçou a UE, que pediu às autoridades mexicanas que o crime de Huerta “não fique impune”.

Jan Jarab, representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, destacou por sua vez que no caso de Huerta “se deve priorizar a linha de investigação que considere o trabalho jornalístico e levar em conta também o contexto do atual processo eleitoral” no México.

“Esta espiral infernal não pode durar mais, o grau de violência que os jornalistas mexicanos enfrentam é o mais alto de todo o continente americano e se aproxima do observado em países em guerra”, denunciou Emmanuel Colombié, diretor da RSF na América Latina.