30/01/2024 - 12:38
Um computador da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) foi encontrado com o militar do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues, na segunda-feira, 29, em Salvador (BA). Ele foi um dos alvos da Operação Vigilância Aproximada, que também cumpriu mandados busca e apreensão em endereços ligados ao vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e assessores do parlamentar.
Militar do Exército, Giancarlo foi cedido para a Abin. A esposa dele também é servidora da agência. Na segunda-feira, a apresentadora da GloboNews Daniela Lima chegou a afirmar que o notebook da Abin foi encontrado entre os pertences de Carlos Bolsonaro. No entanto, nesta terça-feira, 30, a jornalista retificou a informação ressaltando que o item foi encontrado na casa do militar, que seria ligado ao ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem.
Após a repercussão de que o computador teria sido encontrado na casa do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, irmão da Carlos, afirmou nas redes sociais que a apresentadora da GloboNews foi “desonesta” e também negou que a PF tenha encontrado ao item nos pertences de Carlos.
“O que me diferencia daqueles que me detratam é meu compromisso com os fatos”, afirmou Daniela Lima ao reconhecer neste terça-feira que errou a informação.
Abin ‘paralela’
A Polícia Federal investiga a suposta espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência no governo Jair Bolsonaro. De acordo com a Globonews, o filho “02” do ex-presidente teria recebido informações da suposta “Abin paralela”. Na ação, a PF apreendeu computadores, celulares e uma arma.
A operação de segunda-feira é um desdobramento da Operação Vigilância Aproximada, que vasculhou 21 endereços no último dia 25 de janeiro. O principal alvo da ofensiva foi o ex-diretor da Abin na gestão Bolsonaro e hoje deputado federal Alexandre Ramagem. A investigação se debruça sobre a suspeita de que a Abin teria sido usada ilegalmente para atender a interesses políticos e pessoais do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sua família.
No total, a PF vasculhou endereços no Rio de Janeiro (5), Angra dos Reis (1), Brasília (1), Formosa (GO-1) e Salvador (1). A nova etapa do inquérito mira o “grupo político” vinculado aos servidores da Abin sob suspeita. A PF quer identificar os “principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente”.
O hoje deputado pelo PL do Rio é suspeito de acobertar a espionagem durante sua gestão no comando da agência. Ele nega. Ramagem é pré-candidato à prefeitura do Rio este ano, com apoio da família Bolsonaro, e é próximo de Carlos.
Além de Carlos Bolsonaro, são citados na investigação: Luciana Paula Garcia da Silva Almeida, assessora de Carlos na Câmara de Vereadores do Rio; Priscila Pereira e Silva, assessora de Alexandre Ramagem (PL-RJ) na Câmara dos Deputados; e Giancarlo Gomes Rodrigues, militar do Exército cedido a Abin.