As compras da rede de distribuição em dezembro registraram alta de 14,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior, para 202,1 mil toneladas. Em relação a novembro, no entanto, houve queda de 21,2%. O levantamento, divulgado nesta terça-feira, 24, pelo Instituto Aço Brasil (Inda), leva em consideração chapas grossas, laminados a quente, laminados a frio, chapas zincadas a quente, chapas eletro-galvanizadas, chapas pré-pintadas e galvalume.

As vendas realizadas pela rede em dezembro somaram 221 mil toneladas, alta de 16,8% na comparação anual. Ante novembro, por outro lado, houve queda de 11,2%.

Com esse desempenho, o giro de estoques encerrou 2016 em 4,1 meses. O volume de material estocado atingiu no final do ano 900,5 mil toneladas, queda de 2,1% ante novembro.

As importações realizadas pela rede em dezembro somaram 77,2 mil toneladas, alta de 64,2% em relação a dezembro de 2015, porém queda de 11,7% em relação ao mês imediatamente anterior.

Para janeiro, a projeção do Inda é de aumento das vendas e das compras na ordem de 15%.

Vendas

O ano de 2016 não foi tão ruim quanto o esperado para a rede de distribuição de aço no Brasil. Os distribuidores encerraram o ano com queda de 4%, ante uma previsão de recuo de 15%, segundo dados do Inda. O volume de vendas da rede foi de 3,039 milhões de toneladas no ano passado.

Segundo o presidente da entidade, Carlos Loureiro, o recuo menor do que o esperado, no entanto, não se deve ao maior consumo de aço no Brasil, que caiu dois dígitos no ano passado, mas por conta da maior participação do Inda no consumo aparente de aço.

Preços

Depois de elevarem seus preços logo no início do ano entre 8,5% a 9,5%, as siderúrgicas devem ter dificuldade de realizar mais um ajuste, na análise de Carlos Loureiro.

Os preços do aço plano no mercado exterior registrou uma leve queda e um aumento de preços poderia incentivar a chegada do produto importado ao Brasil. Segundo Loureiro, desde novembro o preço do carvão caiu e esse recuo ainda não foi refletido totalmente no preço do aço no mercado chinês.

“Agora esse é um ponto de atenção para ver se toda essa queda será refletida nos preços do aço chinês. Precisamos ver se as siderúrgicas chinesas irão escolher entre melhorar seus resultados ou usar essa vantagem para ganhar mais mercado”, diz o presidente do Inda.

O prêmio da bobina, que é a diferença do preço entre o material importado que chega ao País do nacional, está hoje entre 6% e 8%.

Projeções

O Inda espera que o crescimento das vendas da rede cresça 5% em relação ao ano passado, para algo em torno de 3,2 milhões de toneladas.

Segundo Carlos Loureiro, os estoques dos clientes estão baixos e uma melhora da economia começa a fazer com que ocorra um movimento para recomposição dos estoques. “A tendência é de melhora para o setor”, disse.

Esse pode ser o primeiro crescimento anual da rede de distribuição de aço em três anos. Em 2016, a queda de vendas foi de 4%.

Montadoras

Os contratos de preços do aço firmados pela maioria das siderúrgicas com seus clientes automotivos foram de seis meses, disse Loureiro. Segundo ele, os acordos preveem uma possibilidade de revisão vencido esse prazo. Os contratos com o setor automotivo tradicionalmente costumam ter validade anual.

Para 2017, o aumento das siderúrgicas com as montadoras ficou entre 25% e 28%, mas o desejo era de que fosse da casa de 40%. Diante do forte aumento dos preços das matérias-primas no ano passado, como carvão e minério de ferro, as usinas aumentaram seus preços na busca de recomporem suas margens.