Compra da AES Sul abre novo momento para aquisições no setor, diz CPFL

A CPFL deve analisar novas oportunidades de aquisições. O presidente da companhia, Wilson Ferreira Junior, disse acreditar que a compra anunciada nesta quinta-feira, 16, abre um novo momento do setor elétrico para operações de fusões e aquisições no Brasil. “E nós, como principal agente privado, vamos estar atentos a cada uma das oportunidades”, garantiu Ele comentou que nos últimos anos o setor viveu sob o “constrangimento e preconceito contra a palavra privatização, isso não foi bom para o País”, mas avaliou que agora o Brasil passa por um novo momento. “O que já se viu no último mês, com o governo Temer, é que o preconceito foi removido e podemos ter um novo momento, em termos de perspectiva econômica, melhor”, disse, citando a queda do risco País, que sinalizaria para um momento mais favorável para transações. Ferreira Junior considera que diversos governos, em especial aqueles com maior dificuldade financeira, devem considerar a privatização de concessionárias de distribuição. E disse que a CPFL teria interesse na concessionária gaúcha estatal CEEE. “A CPFL certamente vai olhar com muita atenção o tema da CEEE”, afirmou. Ele lembrou também que a tendência é que a Eletrobras venda suas distribuidoras, conforme a própria estatal já anunciou. Neste caso as privatizações devem começar pela Celg-D, cujo processo já foi iniciado no governo Dilma Rousseff. Ferreira Junior lembrou que a distribuidora goiana interessa à CPFL, que chegou a se qualificar no processo de venda, mas salientou que o preço divulgado anteriormente para o ativo estaria elevado. “Neste momento, a esse preço, certamente não participaremos”. De acordo com ele, se forem feitas mudanças nas condições do edital, a empresa deve avaliar. O presidente da CPFL também foi questionado sobre um potencial compra da AES Eletropaulo, tendo em vista que o grupo AES já está se desfazendo de seu outro ativo de distribuição. Ele garantiu que a empresa analisaria a compra do ativo, se for colocado a venda, mas lembrou que a AES Sul é 100% controlada pelo grupo AES, enquanto a Eletropaulo tem um grupo de controle, que representa um terço do capital total, dividido entre AES e BNDES e 65% capital colocado em Bolsa. “A própria AES, ao tomar a decisão de vender primeiro a AES Sul, atendeu ao interesse dela e no outro caso tem que falar com sócio e montar uma estrutura”, comentou. “Mas o momento de mercado abrindo para transações, como já vimos essa semana, talvez eles possam considerar isso no futuro, neste momento não existe essa possibilidade, pelo menos que tenhamos conhecimento”, disse.