Por Michele Kambas e George Georgiopoulos
ATENAS (Reuters) – O compositor Mikis Theodorakis, cuja mĆŗsica cruzou fronteiras internacionais graƧas Ć trilha sonora cativante do filme “Zorba o Grego”, morreu nesta quinta-feira, levando a GrĆ©cia a decretar trĆŖs dias de luto.
Homem imponente, de presenƧa taciturna e cabelos ondulados, Theodorakis deixa um trabalho que evoca uma visĆ£o progressista e democrĆ”tica do mundo, embora suas batalhas polĆticas tenha refletido um lado mais sombrio da GrĆ©cia que Ć© pouco visto pelos visitantes.
As autoridades declararam trĆŖs dias de luto quando a notĆcia de sua morte em Atenas aos 96 anos percorreu o paĆs de 11 milhƵes de habitantes, e surgiram homenagens de todo o espectro polĆtico.
“Hoje, perdemos uma parte da alma da GrĆ©cia. Mikis Theodorakis, Mikis o professor, o intelectual, o radical, nosso Mikis se foi”, disse a ministra da Cultura, Lina Mendoni.
Theodorakis apresentou uma imagem descontraĆda da GrĆ©cia ao mundo nos anos 1960 com “Zorba”, a trilha sonora vigorosa de um filme que mostra Anthony Quinn no papel do rebelde homĆ“nimo, que danƧa descalƧo em uma praia cretense.
Mas no que foi uma Ć©poca tumultuada da histĆ³ria grega, ele tambĆ©m personificou as lutas amargas da resistĆŖncia de classe com a intensidade retumbante e arrebatada de seu ciclo de canƧƵes “Romiosini”, que se tornaram hinos da esquerda polĆtica.
“NĆ£o sou um comunista, um social democrata, nem outra coisa. Sou um homem livre”, disse ele Ć Reuters em uma entrevista nos anos 1990.