A companhia aérea estatal colombiana Satena anunciou nesta quinta-feira (4) a suspensão de voos à Venezuela devido a “interferências” nos sistemas de navegação, em meio aos bombardeios dos Estados Unidos no Caribe e suas ameaças de uma ofensiva terrestre.
Após o início de seus ataques contra lanchas supostamente operadas por traficantes de drogas no Caribe e no Pacífico em setembro, o presidente americano Donald Trump disse que as companhias aéreas internacionais deveriam considerar “fechado” o espaço aéreo venezuelano.
Diversas companhias cancelaram viagens e deixaram o país, especialmente Caracas, que está praticamente isolada.
A medida deve-se a “relatos de interferências […] nos sistemas de navegação satelital” que representam “um risco operacional”, apontou a companhia em comunicado.
A Satena voava duas vezes por semana à cidade de Valência, a terceira maior da Venezuela, situada a duas horas de Caracas.
As panamenhas Copa Airlines e Wingo também suspenderam seus voos por dois dias e se somaram aos cancelamentos temporários das espanholas Iberia, Air Europa, Plus Ultra, da portuguesa TAP, da colombiana Avianca, da brasileira GOL, da chilena Latam e da turca Turkish Airlines.
O anúncio da empresa estatal vai de encontro ao posicionamento do presidente da Colômbia, Gustavo Petro (esquerda), que argumenta que não há perigo em voar para a Venezuela.
Petro assegura que Trump, com quem mantém tensões diplomáticas crescentes, não tem o “direito” de vetar os voos.
A ofensiva do presidente americano contra o tráfico de drogas na região, sem apresentar provas de que as embarcações transportavam drogas, já resultou na morte de mais de 80 pessoas. A família de um pescador colombiano morto em um bombardeio denunciou o governo Trump perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
O presidente venezuelano Nicolás Maduro assegura que o objetivo real dos ataques é derrubá-lo do poder.
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