A Companhia das Letras vai repartir o valor equivalente à recompensa do Prêmio São Paulo de Literatura aos 28 autores que ficaram de fora da competição em 2023 por erro da editora.

As inscrições foram inabilitadas após um equívoco no envio dos exemplares físicos, conforme revelado pelo Estadão no final de julho. Desde então, a Companhia tentou reverter a situação, mas não teve sucesso.

Com o erro da editora, nomes como Marcelo Rubens Paiva, Carol Bensimon, Jarid Arraes, Heloisa Prieto, Sergio Rodrigues, João Anzanello Carrascoza, Flavio Izhaki, Luiz Ruffato, Lourenço Mutarelli, Ruy Castro, Eliana Alves Cruz, Ricardo Lísias, Geovani Martins e Lázaro Ramos foram excluídos da premiação.

Na quarta-feira, 20, o escritor Miguel Sanches Neto, autor de O Último Endereço de Eça de Queiroz, que concorreria ao prêmio, publicou um texto em sua coluna no portal A Rede revelando a situação.

Segundo ele, cada autor vai receber exatos R$ 14.285,71 como “compensação” pelo erro. Caso tivessem a oportunidade de disputar o prêmio, o valor poderia ser bem mais alto.

O Prêmio São Paulo premia em R$ 200 mil o vencedor da categoria melhor romance e em R$ 200 mil quem ganha a categoria melhor romance de estreia. O valor das duas categorias foi somado e, com isso, R$ 400 mil foram repartidos entre os escritores prejudicados.

A competição é promovida pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e é a premiação de literatura mais bem paga do País.

Em 2022, sete dos 10 finalistas de melhor romance foram publicados pela Companhia das Letras, incluindo o vencedor, Uma Tristeza Infinita, de Antonio Xerxenesky. Em romance de estreia, dois finalistas eram da editora, apesar do vencedor ter sido Terrapreta, de Rita Carelli, lançado pela 34.

Veja os livros que foram inabilitados e, consequentemente, os autores que receberam a compensação da editora:

1002 fantasmas, de Heloisa Prieto

A árvore inexplicável, de Carol Chiovatto

A vida futura, de Sérgio Rodrigues

As aventuras de Lucas Camacho Fernandez, de Jorge Furtado

Corpo desfeito, de Jarid Arraes

Dia um, de Thiago Camelo

Diorama, de Carol Bensimon

Do começo ao fim, de Marcelo Rubens Paiva

Humanos exemplares, de Juliana Leite

Inventário do Azul, de João Anzanello Carrascoza

Moeda vencida, de Francisco J. C. Dantas

Motivos e razões para matar e morrer, de Reginaldo Prandi

Movimento 78, de Flavio Izhaki

O Antigo do Futuro, de Luiz Ruffato

O livro dos mortos, de Lourenço Mutarelli

O manto da noite, de Carola Saavedra

O último endereço de Eça de Queiroz, de Miguel Sanchez Neto

Os coadjuvantes, de Clara Drummond

Os perigos do imperador, de Ruy Castro

Peixe estranho, de Leonardo Brasiliense

Romance real, de Clara Alves

Solitária, de Eliana Alves Cruz

Um álbum para Lady Laet, de José Luiz Passos

Um passo de cada vez, de Iris Figueiredo

Uma dor perfeita, de Ricardo Lísias

Via Ápia, de Geovani Martins

Vinco, de Manoela Sawitzki

Você não é invisível, de Lázaro Ramos

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais