A morte de um homem negro baleado por um policial branco em circunstâncias confusas está causando comoção em Fayetteville, no sudeste dos Estados Unidos, onde os parentes da vítima convocaram uma manifestação para a noite desta quinta-feira(13).

O renomado advogado Ben Crump, que defendeu inúmeras vítimas de brutalidade policial, e a família de Jason Walker marcaram uma “marcha pela justiça” para as 20h, horário local, nesta cidade da Carolina do Norte.

Pequenos grupos de moradores marcharam várias vezes esta semana em Fayetteville para exigir a prisão do policial Jeffrey Hash neste caso.

Na tarde de sábado, o policial, contratado pela Prefeitura desde 2005, não estava em serviço. Ele estava dirigindo seu veículo com sua esposa e filha quando passou por Jason Walker, um homem desarmado de 37 anos que atravessava a rua perto da casa de seus pais.

Momentos depois, ele abriu fogo contra Walker, que rapidamente sucumbiu aos ferimentos.

Os fatos têm diferentes versões. Em um vídeo amador filmado logo após a tragédia e postado na internet, o policial explica aos colegas que chegaram ao local que Walker se jogou em seu carro no meio da rua e que ele freou para evitar uma colisão.

De acordo com Hash, o homem arrancou o limpador de para-brisa do carro e o usou para acertar o veículo, forçando-o a sacar sua arma para proteger sua família.

Mas testemunhas dizem que o policial atingiu o pedestre antes de parar. “Eu o vi frear de repente, parar e acelerar de novo”, disse Elizabeth Ricks à ABC.

“Eu o vi bater em Jason… e seu corpo caiu no para-brisa. E então ouvi tiros. Acho que ele disparou o primeiro tiro pelo para-brisa e mais três vezes por fora do veículo.”

Segundo a polícia, a caixa preta do veículo de Jeffrey Hash não registrou nenhuma colisão e o corpo de Jason Walker não apresentava evidências de impactos, além de balas.

O oficial foi colocado em licença administrativa, mas não foi preso ou acusado nesta fase.

As investigações foram confiadas a funcionários do Estado.

“Temos razões para acreditar que este é um caso do estilo ‘primeiro atire, depois pergunte’, uma filosofia frequente entre as forças de segurança”, disse Crump em nota.

Os policiais americanos matam uma média de 1.000 pessoas por ano, principalmente afro-americanos.

No entanto, os agentes raramente são processados, embora grandes protestos antirracismo no verão de 2020 tenham começado a fazer a diferença nos tribunais.