Um adolescente de 15 anos morreu nesta sexta-feira (5) após um ataque brutal ocorrido na véspera, quando saía da escola, na França, onde o presidente Emmanuel Macron denunciou uma “violência desinibida”.

A vítima, espancada por várias pessoas na quinta-feira em Viry-Châtillon, cerca de 20 quilômetros ao sul de Paris, morreu, anunciou o Ministério Público de Évry, que abriu uma investigação por homicídio.

Este ataque chocou a França, dois dias depois de outro espancamento brutal contra uma adolescente de 14 anos em Montpellier, no sul do país, que conseguiu sair do coma.

As escolas “devem continuar sendo um santuário” face a “uma forma de violência desinibida entre os nossos adolescentes”, disse Macron, durante uma visita a uma escola de Paris antes do anúncio da morte.

O prefeito de Viry-Châtillon, Jean-Marie Vilain, garantiu que os agressores tentaram “massacrar” a vítima e alertou para a “ultraviolência” que está se tornando “comum”.

“As investigações continuam para determinar as circunstâncias destes atos criminosos e permitir a prisão dos autores”, disse o promotor de Évry, Grégoire Dulin, em um comunicado.

No caso de Montpellier, uma adolescente de 15 anos e duas menores de 14, incluindo uma que estudava no mesmo local que a vítima, reconheceram ter participado da agressão e foram detidas, segundo o Ministério Público, que pediu prisão preventiva para a mais velha.

“Parece que essa agressão ocorre no contexto de um grupo de adolescentes que costumava se xingar” nas redes sociais e publicar fotos, indicou o promotor de Montpellier, Fabrice Belargent, revelando que as investigações continuam.

Na imprensa, a mãe da vítima afirmou que sua filha sofria bullying, especialmente de uma colega de turma, e que isso poderia acontecer a um conflito por sua forma de vestir e práticas religiosas.

A ministra da Educação Nacional, Nicole Belloubet, pediu uma investigação administrativa para “apurar todas as conclusões necessárias” da tragédia.

“Temos uma política muito firme contra o assédio”, destacou.

A luta contra o bullying é uma das prioridades do governo de centro-direita do presidente Emmanuel Macron, que também procura reforçar a “autoridade” nas escolas.

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