Muitas mulheres sofrem com a infecção do trato urinário (ITU). Além de ser extremamente incômoda e dolorosa — causando uma vontade incessante de urinar e ardência ao fazê-lo —, a condição pode evoluir para problemas de saúde ainda mais sérios caso não receba o tratamento adequado.

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A infecção de urina é comum: de acordo com a Associação Americana de Médicos de Família, até 44% das mulheres desenvolvem a segunda ITU em até seis meses após a primeira. Para ajudar a prevenir a condição, no entanto, urologistas destacam alguns métodos que podem ajudar. As informações são do blog “Dr Jairo Bouer”. 

Urinar com frequência

A ITU ocorre quando alguma bactéria chega ao trato urinário através da uretra. Se você urina com frequência, seu organismo elimina essas bactérias, diminuindo o risco de uma infecção. 

Especialistas indicam ir ao banheiro em intervalos de quatro a seis horas, no máximo. No entanto, se você tem o costume de beber bastante água — o que também é vital para a saúde e para a prevenção de doenças —, é possível que esses intervalos sejam menores. 

Beber água

Além de te ajudar a urinar com frequência, a água ainda dilui a urina, diminuindo a oportunidade de proliferação das bactérias. A recomendação é ingerir, por dia, 35 ml de água a cada quilo de peso.

Higienizar-se da forma correta

Passar o papel higiênico de frente para trás é essencial para evitar que a Escherichia coli (E. coli) se prolifere na vagina e na uretra. Ela é a principal bactéria causadora da ITU, e fica ao redor do ânus. Também é importante se lembrar desse detalhe ao trocar fraldas.

Urinar antes e depois do sexo

O sexo aumenta consideravelmente as chances de infecção urinária. A penetração e o contato com dedos, pênis ou outras superfícies pode mover, acidentalmente, bactérias para dentro da uretra. Por isso, fazer xixi antes e depois da relação sexual é recomendado por especialistas. 

Experimentar cranberry

Muitos especialistas defendem o suco de cranberry como uma maneira de prevenir infecções. Isso porque, de acordo com o blog, os suplementos de cranberry contêm uma quantidade concentrada de uma substância chamada proantocianidina (PAC), que pode dificultar a aderência das bactérias à bexiga. 

Avaliar a necessidade de reposição hormonal

O risco de ITU se desenvolve com a idade, principalmente após a meia-idade. Isso ocorre porque a aproximação da menopausa causa um desequilíbrio hormonal, facilitando a entrada de bactérias no trato urinário. Após a menopausa, o tecido ao redor da uretra fica mais seco e é ainda mais fácil para que as bactérias se proliferem.

Nas mulheres mais velhas, a terapia de reposição de estrogênio pode ser uma boa forma de prevenir a ITU, mas a opção deve ser discutida com um médico antes, pois também pode trazer desvantagens para o organismo.

Mudar o método anticoncepcional

Alguns métodos contraceptivos — como espermicidas e diafragma — podem criar um ambiente fértil para a proliferação de bactérias. Estes métodos podem interferir no equilíbrio do pH vaginal, promovendo o crescimento de bactérias prejudiciais. Por isso, se você sofre com infecções recorrentes, pode ser uma boa opção conversar com seu ginecologista e avaliar novos métodos de contracepção. 

Evitar produtos e equipamentos potencialmente danosos

A recomendação do Escritório de Saúde Da Mulher dos Estados Unidos é que duchas e sprays higiênicos para a saúde feminina sejam descartados, pois eles podem atrapalhar o equilíbrio de bactérias boas e criar um ambiente favorável para as ruins. 

Segundo o blog, a limpeza vaginal ideal é feita apenas com água morna, sem a utilização de sabonetes ou cremes. “Mesmo os  neutros apresentam pH diferente do da vagina. Existe uma flora bacteriana que coloniza a vulva e a vagina e essas bactérias e fungos vivem em harmonia na região, impedindo que cresçam bactérias nocivas, as causadoras de corrimentos e infecções”, explica o ginecologista Fernando Prado. 

O especialista ressalta que, ao usar sabonetes, cremes e derivados, o pH vaginal é alterado e as bactérias boas podem morrer. É importante lembrar também que o canal vaginal (orifício) é autolimpante e não deve ser higienizado.