Beatriz Teixeira, de 29 anos, descobriu que estava grávida pela quarta vez depois de ter feito laqueadura após falha no DIU (Dispositivo Intrauterino), que colocou antes de sua terceira filha nascer.
A mulher resolveu realizar a laqueadura durante o parto cesariana de sua terceira filha, em 2023. Agora ela está grávida de pouco mais de 10 semanas. Além disso, Beatriz é mãe de outros dois, de sete e quatro anos.
Em entrevista à ISTOÉ, a médica ginecologista e obstetra Ana Paula Beck, do Hospital Albert Einstein, informou que fazer laqueadura no momento do parto tem maior risco de falha, pois o útero e as trompas estão grandes. Quando voltam ao tamanho normal, pode ocorrer uma recanalização das trompas. “Quando o procedimento é realizado fora da gestação, o risco de falha é menor, mas, ainda assim, existe um pequeno risco”, completou.
“Infelizmente, nenhum método contraceptivo é 100% seguro. Porém, os que temos, a taxa de falha é bem baixa”, afirmou. Isso se aplica ao DIU – tanto o de cobre quanto o de hormônio, que, de acordo com a médica e especialista em reprodução humana Carla Iaconelli, é um método seguro. “Se o DIU de cobre foi colocado e posicionado da maneira correta na cavidade uterina, o índice de falha é de 0,6%. No caso do com hormônio, o percentual de falha é 0,3%”.
Mas Carla Iaconelli explicou que é necessário acompanhamento periódico do DIU, principalmente no hormonal, que tem prazo de validade.
Após a introdução do DIU, a mulher deve ficar sete dias sem relações sexuais, após um mês é preciso fazer a primeira avaliação e depois procurar um médico anualmente para garantir que o dispositivo está no lugar. Dentro desse período de um ano, ela só precisa procurar um hospital caso sinta fortes dores ou tenha sangramentos anormais.
“A laqueadura, por se tratar de um procedimento cirúrgico, não há um cuidado específico para garantir a eficácia. Só sabemos que é um método seguro e muito raro de ocorrer recanalização. Essa paciente (Beatriz Teixeira) teve muita falta de sorte em realizar dois procedimentos e ocorrer falhas em ambos”, finalizou Ana Paula Beck.