Como manter a constância nos estudos sem depender da motivação diária?

Karine Waldrich, professora e auditora-fiscal da Receita Federal, revela estratégias práticas para estudar com regularidade e foco

Como manter a constância nos estudos sem depender da motivação diária?

A constância nos estudos costuma ser citada como o maior diferencial entre candidatos aprovados e aqueles que desistem. Um artigo recente da Morningside College revela que estudantes que se comprometem a estudar todos os dias, mesmo que por pouco tempo, alcançam resultados significativamente melhores do que aqueles que esperam por motivação e estudam esporadicamente. Isso confirma que motivação não é um pré-requisito, mas sim a construção de hábitos menores, porém regulares.

Para Karine Waldrich, professora e auditora-fiscal da Receita Federal, a grande sacada está em aprender a “mostrar-se presente”, independentemente de gostar ou não do momento. Karine afirma que estudar por apenas 20 minutos já é mais eficiente do que encarar quatro horas cansativas sem foco. Segundo ela, “a constância nasce do compromisso consigo mesmo, não da vontade repentina”.

Estabelecer pequenos blocos de estudo diários, com horários fixos e estruturados, é uma técnica defendida por Karine. Ela aponta que o ideal é vincular o estudo a um gatilho previsível. Por exemplo, assim que tomar café ou retornar de uma caminhada, sentar-se à mesa de estudos e dedicar um tempo curto à leitura ou revisão. “Se você traça um plano do tipo ‘se entrei em casa, então vou estudar’, a chance de cumprir cresce muito”, explica.

Outra recomendação de Karine é antecipar estratégias práticas como os “planos se‑então”, conhecidos como implementation intentions na psicologia. Isso significa decidir com antecedência: se for antes de dormir, revisarei fichas; se for pela manhã, vou assistir a uma aula; se no fim de semana, farei simulado. “Esse tipo de planejamento remove o desgaste de decidir todos os dias”, frisa.

Para sustentar a rotina, Karine destaca também a importância de monitorar o próprio progresso. Pelo método desenvolvido por ela, provas simuladas são feitas a cada quinze dias, aliadas à necessária revisão antes da prova e à correção após. “Conseguimos, desta forma, resolver duas necessidades ao mesmo tempo: revisão e medição de desempenho. Fora o tão importante treino de prova real do concurso, do qual os alunos se esquecem muitas vezes.”

Além disso, Karine lembra que a constância está diretamente ligada aos ciclos naturais do corpo: dormir bem, fazer pausas regulares e manter uma alimentação equilibrada. “Sem esses pilares, até 20 minutos de estudo perdem força. Corpo exausto falha em sustentar atenção.”

Por fim, ela recomenda a prática da autorreflexão metacognitiva, com perguntas do tipo: “O que me ajudou hoje a estudar?”; “O que atrapalhou?”. Segundo Karine, essa postura crítica e consciente ajuda a ajustar a rotina em vez de abandoná-la diante de um dia difícil. “Falhas eventuais vão acontecer; o que não podemos é transformá-las em falhas biográficas. Quem queremos ser daqui a 10 anos? Aprovados também erram! A diferença é quem volta quando erra. É o velho ‘chutar o balde’ e ‘buscar o balde’ que leva à aprovação, e não nunca falhar.”

Conheça Karine Waldrich, a especialista em ensino para concursos públicos que está transformando vidas - Viver Santa CatarinaKarine Waldrich, professora e auditora-fiscal da Receita Federal