Divulgação

A Polícia Federal realizou, na quarta-feira 30, uma operação que o País, havia tempo, andava precisando. Trata-se do desmantelamento de organização suspeita de fraudar registros sindicais. Adivinhem onde existem indícios de seu funcionamento? Justamente no Ministério do Trabalho. E quem estaria diretamente envolvido na falcatrua? Justamente o deputado federal Paulinho da Força. E quem é ele? Justamente um sindicalista de carteirinha e que fez carreira no sindicalismo brasileiro, verdadeira usina, com raras exceções, de líderes populistas. A ação da PF recebeu autorização do ministro do STF Edson Fachin e implicou sessenta e quatro mandados de busca e apreensão, oito de prisão preventiva e quinze de prisão temporária. Na Câmara, foram alvos os gabinetes de Paulinho da Força, presidente do partido político Solidariedade, e dos também deputados Jovair Arantes e Wilson Filho, ambos do PTB – essas duas legendas aparelham e controlam o Ministério do Trabalho. Nessa Pasta, a farra dos registros seria comandada pelo secretário-executivo, Leonardo Arantes. Fachin mandou-prendê-lo, o que não acontecera até a tarde da quinta-feira porque ele estava em Londres. O pedido de prisão do ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB, também chegou a ser requisitado mas Fachin não o acolheu. A máfia de registros sindicais falsos, que de acordo com a PGR cobrava R$ 4 milhões para atender a cada pedido, foi denunciada no ano passado por ISTOÉ.

O deputado número 1

Nelson Meurer (foto) tornou-se, na terça-feira 29, o primeiro deputado federal acusado na Lava Jato a ser condenado pelo STF. Foi sentenciado a treze anos e nove meses de prisão. Os crimes: lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Os cinco ministros da segunda turma consideraram que Meurer recebeu “vantagens indevidas disponibilizadas pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa”. O deputado teria ganho, segundo a PGR, R$ 29,7 milhões, operacionalizados pelo doleiro Alberto Youssef.

COMPORTAMENTO
“Homem-aranha” se torna francês

Thibault Camus

O presidente da França, Emmanuel Macron, reuniu-se na semana passada com o jovem malinês Mamoudou Gassama. Deu-lhe a notícia de que, apesar de ele estar ilegal no país, será naturalizado francês – e isso é tudo que Gassama mais queria na vida. Ele tornou-se mundialmente conhecido por ter escalado, em poucos segundos, quatro andares de um prédio em Paris para salvar uma criança que estava prestes a cair dessa altura. “Foi uma ação excepcional que está coberta de coragem e heroísmo. Nós o ajudaremos”, disse-lhe Macron. “Você é um exemplo para todos os cidadãos”, declarou a prefeita de Paris, Anne Hidalgo. Ele trabalhará nos serviços de emergência.

RIO DE JANEIRO
O vaivém do Pai de Santo

Divulgação

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, é evangélico. Roberval Batista de Uzêda é do candomblé. Ganhou alto cargo na Prefeitura, fazendo a concessão de trocar os terreiros pelos templos: “Acabou o Pai Uzêda; agora sou Irmão Uzêda”. Só que o recém-convertido disse que “olharia nos olhos de cada um da população para ver quem de fato é pobre e quem mente”. Caiu em 24 horas. Voltou a ser Pai de Santo.

FAKE NEWS
A ressurreição do russo Arkady

Valentyn Ogirenko

Na terça-feira 29, o jornalista russo Arkady Babchenko (foto) fez muita gente chorar no país quando a polícia da Ucrânia anunciou o seu assasinato: “saiu para comprar pão e foi baleado”. O governo britânico condenou imediatamente o crime. No dia seguinte, porém, Arkady deixou o mundo boquiaberto: ele surgiu numa entrevista com a fisionomia de quem se divertira com o trote. Então o morto está vivo? Sim! Como ele critica o presidente Vladimir Putin, chegou-se a desconfiar do Kremlin. O final da história fantasmagórica terminou com uma rídicula explicação: autoridades ucranianas disseram que forjaram a notícia na tentativa de descobrir se alguém estava mesmo querendo executá-lo.

LIVROS
Poesia conquista o mercado da literatura

O Brasil lê poesia. E de poetas novos. De janeiro a maio cresceu em 130% a venda de livros de tal gênero literário se comparado ao mesmo período do ano passado. Em 2018 já foram comercializados 210 mil exemplares. Entre os dez títulos de ficção mais vendidos, três são de poesias.

UNIÃO
O alto custo dos anos de chumbo

Dados do Ministério da Justiça: ainda tramitam na Comissão de Anistia cerca de catorze mil pedidos de indenização de brasileiros que alegam ter sido vítimas de perseguição, prisão ilegal ou tortura ao longo dos vinte e um anos de regime militar. Na mesa do ministro Torquato Jardim há aproximadamente quinhentos processos sobre os quais ele terá de dar uma resposta. Não resta dúvida de que a União tem de se responsabilizar pelas injustiças e crimes de tortura que foram cometidos na ditadura, mas é importante que haja critérios únicos e claros, uma vez que se tornou espantoso o valor das reparações:

R$ 14 bilhões foram pagos entre 2002 e 2018

66 mil requisições já foram julgadas desde 2002