Como funciona o conclave que decidirá novo papa

ROMA, 28 ABR (ANSA) – Todas as vezes que um papa morre ou renuncia ao cargo, o colégio de cardeais se reúne a portas fechadas no Vaticano para decidir o novo líder da Igreja Católica. O processo de escolha é denominado conclave, que em latim significa “com chave”, ou seja, um local fechado.   

O conclave é uma máquina complexa que foi se aperfeiçoando ao longo de séculos de história e tradição litúrgica. A assembleia dos religiosos acontece sob normas extremamente rigorosas para evitar pressões externas até a definição do novo papa.   

Os 135 cardeais aptos a votar no conclave, entre eles sete brasileiros, estarão proibidos de qualquer tipo de comunicação com o mundo exterior devido ao compromisso de confidencialidade e sigilo. Na prática, os religiosos não poderão enviar mensagens ou atualizar suas redes sociais durante a assembleia.   

O conclave começa oficialmente com a frase “extra omnes” (“todos para fora”), dirigida a todos aqueles que não são admitidos na reunião dos cardeais para decidir o próximo pontífice. Na sequência, a porta de acesso à Capela Sistina é trancada e os trabalhos de votação são iniciados.   

Em 7 de maio, data do início do conclave, haverá apenas uma votação vespertina, enquanto nos dias seguintes serão quatro no total, duas pela manhã e outras duas na parte da tarde.   

Uma vez escrito o nome na cédula sob a frase “Eligo in Summum Pontificem” (“Eu elejo para o supremo pontificado”), cada religioso eleitor precisará ir ao altar com sua cédula dobrada e bem visível. Após isso, ele a colocará em uma bandeja de prata sobre uma urna e a deixará deslizar para dentro.   

Após a sessão de votação ser encerrada, os dois primeiros escrutinadores abrem e leem silenciosamente o nome escrito na cédula, enquanto um terceiro o pronuncia.   

As cédulas também são perfuradas e amarradas para serem queimadas dentro de um forno. Se não houver uma decisão, será adicionada uma mistura que colorirá a fumaça de preto. Caso contrário, a cor será branca, mas somente se um candidato obter pelo menos dois terços dos votos. Na sequência, o decano se volta para o cardeal eleito para perguntar se ele aceita ou não o papel e qual nome será escolhido.   

O novo líder da Igreja Católica é levado para um local chamado de “Sala das Lágrimas”, na sacristia da Capela Sistina, onde vestirá o hábito papal. Na sequência, o protodiácono anuncia o tradicional “Habemus papam!” (“temos um Papa”). Por fim, o novo pontífice é apresentado aos fiéis reunidos na Praça São Pedro e acontecerá a benção Urbi et Orbi. (ANSA).