Nos últimos dias, o presidente Zelensky tem intensificado os apelos para que os Estados Unidos e os aliados da Otan (Tratado do Atlântico Norte, composto por 30 países do Ocidente) declarem o território ucraniano como área de exclusão aérea, ou seja, uma região em que os voos não poderiam acontecer, como forma de evitar os ataques da aeronáutica russa. Toda vez que Putin aumenta o grau de ataques ao seu país, o presidente da Ucrânia aumenta esse tipo de reivindicação. Mas as autoridades da Otan, e sobretudo dos Estados Unidos, têm dito que não podem atender os pedidos dos ucranianos, por mais que isso realmente neutralizasse a ação da artilharia russa.

E por que a Otan não pode atender ao pedido de socorro de Zelensky? Por um motivo bem simples. Se os aliados fecharem o espaço aéreo da Ucrânia, aí sim estarão declarando que estão na guerra contra a Rússia. Ocorre que se tomarem essa atitude, a Otan terá que atacar os aviões russos caso eles desrespeitem a decisão e ingressem com seus aviões no território aéreo ucraniano. E aí entrarão formalmente na guerra. Nesse caso, não será mais uma guerra entre a Rússia e Putin e a Ucrânia de Zelensky, mas será o início da Terceira Grande Guerra Mundial, com os aliados da Otan contra os russos.

Assim, teremos um Armagedon, como disse à ISTOÉ Renato Marques, que foi embaixador na Ucrânia, Moldavia e Belarus de 2003 a 2009. Isso significa dizer que não haverá mais vida na face da terra, pois essas armas nucleares juntas são suficientes para destruir o planeta várias vezes. Não haverá mais vida na Terra por anos e anos. Assim, o fato da Otan não fechar o espaço aéreo da Ucrânia representa que ainda teremos alguma chance de ver nossos filhos e netos crescerem saudavelmente. O ideal é que Putin acabe essa a guerra dialogando e que os dois lados se entendam antes que um o ditador de Moscou tenha um delírio e resolva acabar com tudo.