KIGALI (Reuters) – Os 56 membros da Commonwealth assumiram amplos compromissos para enfrentar as mudanças climáticas e impulsionar o comércio entre as nações do grupo neste sábado, no encerramento de uma cúpula cujo objetivo é reforçar a relevância de um grupo que surgiu do império britânico.

O grupo de países, que abrange cerca de 2,5 bilhões de pessoas ou aproximadamente um terço da população mundial, se apresenta como uma rede de cooperação com objetivos compartilhados, mas críticos dizem que a Commonwealth precisa voltar a tomar ações concretas para ser mais do que uma sala de conversas.

A cúpula, que durou uma semana e foi realizada na capital de Ruanda, Kigali, teve comentários do príncipe britânico Charles na sexta-feira, expressando tristeza pelo papel de seu país no comércio transatlântico de escravos, na primeira vez que a Commonwealth abordou o assunto publicamente.

Alguns membros instaram a organização a ir mais longe, discutindo reparações aos países afetados pelo tráfico de escravos.

Mas não houve menção ao tema no comunicado final ou na coletiva de imprensa, que se concentrou em declarações sobre desenvolvimento sustentável, saúde e igualdade de gênero.

O documento “Living Lands Charter” (“Carta das terras vivas”, em uma tradução livre) afirmou que os países da Commonwealth trabalharão para implementar acordos internacionais assinados anteriormente, como o acordo climático de Paris.

“Sabemos que estamos no alerta vermelho quando se trata de mudanças climáticas e que os pequenos Estados-membros estão enfrentando uma crise que pode ser existencial”, disse a jornalistas Patricia Scotland, reeleita durante a cúpula como secretária-geral da Commonwealth.