O Comitê Norueguês que define o vencedor do Nobel da Paz afirmou neste sábado (2) que as autoridades russas tentam “silenciar” Dmitri Muratov, que recebeu o prêmio em 2021, depois que o jornalista foi incluído na lista “agentes estrangeiros”.

“Dmitri Muratov foi agraciado com o prêmio Nobel da Paz em 2021 por seus esforços para promover a liberdade de expressão e a liberdade de informação, assim como o jornalismo independente”, afirmou Berit Reiss-Andersen, presidente do Comitê Norueguês do Nobel, em um comunicado.

“É triste que as autoridades russas tentem silenciá-lo agora. As acusações contra ele têm motivação política”, acrescentou.

Reiss-Andersen destacou que o Comitê Norueguês do Nobel “continua apoiando o trabalho importante” de Muratov e do jornal que dirige, Novaya Gazeta, a principal publicação independente da Rússia.

O Ministério russo da Justiça incluiu na sexta-feira Muratov na lista de “agentes estrangeiros”, uma designação que as autoridades usam para reprimir vozes críticas a Moscou.

Segundo o ministério, Muratov “usou plataformas estrangeiras para disseminar opiniões destinadas a criar uma atitude negativa em relação à política interna e externa da Federação Russa”.

Também acusou Muratov de criar e distribuir conteúdo de outros “agentes estrangeiros”.

Muratov recebeu em 2021 o Prêmio Nobel da Paz em conjunto com a filipina Maria Ressa, em reconhecimento pela luta ambos em prol da liberdade de expressão.

O jornalista dedicou o prêmio aos repórteres do Novaya Gazeta que morreram no exercício da profissão.

Desde 2000, seis jornalistas e colaboradores do Novaya Gazeta foram assassinados, incluindo a renomada repórter investigativa Anna Politkovskaya.

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