Os organizadores dos Jogos do Rio decidiram realizar novos cortes em serviços para impedir que o orçamento estoure e que o evento acumule déficit. Uma série de pedidos de federações esportivas e de comitês olímpicos está sendo rejeitada. Aluguel de carros, compra de impressoras, uso de serviços e até gasolina.

O jornal O Estado de S. Paulo revelou que o Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu antecipar o repasse de parte da verba que daria apenas em agosto para o Rio para ajudar os organizadores. Mas também houve uma decisão de cobrar do presidente Michel Temer de que o governo acelere a liberação de recursos para segurança e energia. O tema será debatido no dia 16 de junho, quando o presidente do COI, Thomas Bach, visitará Temer.

O vice-presidente do COI, John Coates, indicou que os organizadores admitiram para a cúpula da entidade que existem “riscos” nos próximos dois meses em relação ao orçamento. Já em março, os brasileiros fizeram reduções de gastos de cerca de R$ 900 milhões na esperança de equilibrar as finanças.

Mas agora, o Comitê Rio-2016 está sendo obrigado a fazer mais cortes. Um dos itens que foi revisto é o uso de carros de golfe, que ficam à disposição em diversos locais das instalações. Pelo plano inicial seriam 450 carrinhos, usados por juízes, atletas, dirigentes e até para levar comida a certos locais. O total foi reduzido em 50%.

Outro corte se refere à compra de impressoras. No plano original, o COI e as federações esportivas haviam solicitado 3 mil máquinas para que fossem colocados nas instalações, hotéis e escritórios. Elas seriam usadas para imprimir súmulas de resultados, testes de doping e centenas de documentos. Mas o Comitê reduziu a compra para 1,9 mil impressoras.

Os organizadores também já começam a alertar as federações esportivas que dificilmente vão atender aos pedidos por novas instalações ou serviços. Para tentar equilibrar o orçamento, o Rio-2016 negociou ainda um patrocínio com a Ipiranga que, em troca de publicidade, irá arcar com a gasolina para 4 mil carros usados no evento. A economia para os organizadores será de R$ 60 milhões.

Por fim, há três meses, os organizadores decidiram reduzir o padrão dos banquetes para os dirigentes esportivos, harmonizando a comida em todos os níveis do evento. Isso significou o corte de bebidas importadas e produtos de luxo.