NOVA YORK, 9 JAN (ANSA) – A Comissão Federal de Regulação Energética (FERC) dos Estados Unidos rejeitou na noite desta segunda-feira (8), de maneira inesperada, o plano do presidente Donald Trump de dar incentivos à indústria do carvão e nuclear no país.   

Por unanimidade, os cinco conselheiros da FERC (três deles haviam sido nomeados pelo presidente) disse “não” ao plano apresentado pelo secretário de Energia, Rick Perry, no fim do ano passado.   

O projeto previa incentivos financeiros federais para as indústrias do setor com o objetivo de criar novos postos de trabalho e de evitar problemas na rede de distribuição de energia elétrica. Estimativas apontavam que o plano custaria cerca de US$ 10,6 bilhões por ano aos contribuintes.   

A estrutura do documento foi entregue por Perry após Trump dizer que a “guerra ao carvão acabou” nos Estados Unidos e que os “mineradores voltarão ao trabalho”.   

Promessa de campanha, o republicano emitiu uma ordem em que revogava praticamente todas as ações de seu antecessor, Barack Obama, na luta para proteger o meio-ambiente – que iam desde a proibição à exploração em algumas regiões até a imposição de taxas para quem produzia “energia suja”.   

No entanto, a Comissão rejeitou que existissem riscos graves à rede pública que justificassem o investimento em carvão e ressaltou a importância de investir em formas de produção de energia mais limpas, como através do gás natural e da energia eólica.   

O projeto havia ainda conseguido outro feito raro no mundo: unir ecologistas e empresários do mesmo lado, sendo que os primeiros criticavam os efeitos na natureza da volta à exploração do carvão e os últimos criticavam a interferência “exagerada” do governo no mercado, encarecendo o preço final para os consumidores. (ANSA)