WASHINGTON E NOVA YORK, 13 DEZ (ANSA) – O Comitê Judiciário da Câmara dos Estados Unidos aprovou nesta sexta-feira (13) as acusações de abuso de poder e obstrução do Congresso contra o presidente do país, Donald Trump, e avançou no processo de impeachment.   

No total, 23 legisladores votaram a favor e 17 contra. As denúncias formais deverão ser apresentadas na próxima semana no plenário, onde o Partido Democrata (233 de 435 assentos) é maioria. Entretanto, mesmo que a Câmara aprove a abertura do processo, Trump só deixaria o cargo se o Senado, que é controlado pelos republicanos, resolver cassá-lo.   

“Como alguém sofre um impeachment não tendo feito NADA ERRADO (um telefonema perfeito), tendo criado a melhor economia na história do nosso país, reconstruído nosso exército, arrumado as questões de veteranos, diminuído impostos e regulamentações, protegido a segunda classe, criado empregos, empregos, empregos e tanto mais? Loucura”, escreveu Trump no Twitter.   

Nesta quinta-feira (12), Mitch McConnell, líder da maioria republicana no Senado, afirmou em entrevista à emissora “Fox News”, que “não há chance do presidente ser destituído”.   

Já Stephanie Grisham, porta-voz da Casa Branca, definiu o processo de impeachment como “uma farsa desesperada” dos democratas.   

Trump é acusado de ter pressionado o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a anunciar uma investigação contra Joe Biden, pré-candidato à Casa Branca e cujo filho, Hunter, foi conselheiro de uma empresa ucraniana de gás, a Burisma. Para alcançar seu objetivo, o magnata teria congelado uma ajuda militar de quase US$ 400 milhões a Kiev.   

Em um telefonema em 25 de julho, Trump pediu para Zelensky investigar os Biden, mas não mencionou a ajuda militar, que estava bloqueada na época. Já a acusação de obstrução se refere à postura do presidente de instruir membros do governo a não testemunharem no Congresso e não fornecerem documentos oficiais.   

Até hoje, apenas dois presidentes foram submetidos a processos de impeachment: Andrew Johnson (1868) e Bill Clinton (1998), ambols absolvidos – Richard Nixon renunciou em 1974, evitando um afastamento iminente por causa do escândalo “Watergate”.(ANSA)