ROMA, 27 JUN (ANSA) – O comissário para a emergência da Covid-19 na Itália, Francesco Figliuolo, admitiu neste domingo (27) que o governo poderia ter “comunicado melhor” a população sobre a vacina anti-Covid da AstraZeneca.
O país viveu uma verdadeira confusão sobre em qual faixa etária as doses poderiam ser aplicadas, se poderia haver a administração de doses diferentes, com uma situação que fez com que muitas pessoas, inclusive, se negassem a receber a vacina Vaxzevria.
“Apesar de tudo, nossos cidadãos demostraram ser melhores do que essa confusão que foi criada. Sobre a AstraZeneca, foram mais de 10 indicações diferentes ao longo do tempo, mas isso é fruto de um vírus novo e desconhecido e dos progressos em farmacovigilância. Mas, poderíamos ter comunicado melhor”, reconheceu em entrevista ao “Domenica In”.
Figliuolo ainda atribuiu as mudanças às fases diferentes de vacinação que o país viveu e que “no início, se usava tudo o que tínhamos para fazer cair a curva de contágio, mas agora, podemos usar outras vacinas”.
A Itália, assim como os países da União Europeia, tem quatro vacinas liberadas: Pfizer/BioNTech, Moderna, AstraZeneca/Universidade de Oxford e Janssen, braço belga da Johnson & Johnson.
Como as duas últimas apresentaram reações adversas raras, em menos de 0,0003% das aplicações, os italianos decidiram que ela deveria ser usada em pessoas acima dos 60 anos, onde esses sintomas não foram detectados. Depois que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) reafirmou que os benefícios superam os riscos e com uma maior ampliação nas faixas etárias, a Itália voltou atrás e liberou a vacina novamente.
No entanto, após uma morte de uma jovem supostamente relacionada à vacina – ainda não foi comprovada a relação -, as vacinas voltaram a ser indicadas apenas para os que têm mais de 60 anos.
A mudança também se deve a outros dois fatores: as garantias de entrega da Pfizer e da Moderna das quantidades contratadas e o fato de que o contrato com a AstraZeneca não foi renovado pela União Europeia.
“Temos vacinas de RNA mensageiro [Pfizer e Moderna] em quantidade suficiente, então usamos agora a AstraZeneca apenas para a segunda dose de quem tem mais de 60 anos e a da Johnson para as pessoas que são difíceis de localizar ou para categorias de muita mobilidade”, acrescentou. A vacina da Janssen é a única aplicada em apenas uma dose. (ANSA).