ROMA, 17 OUT (ANSA) – O comissário europeu do Orçamento, Guenther Oettinger, defendeu nesta quarta-feira (17) que a Comissão Europeia deveria rejeitar o projeto da lei orçamentária apresentado pelo governo da Itália para o próximo ano.   

A informação, considerada sua “opinião pessoal”, foi publicada na revista alemã “Der Spiegel” e gerou polêmica por dar a entender que a União Europeia (UE) já havia decidido pela rejeição.   

“Eu não disse que há uma decisão da Comissão Europeia sobre a Itália” escreveu Oettinger em sua conta no Twitter.   

No texto do veículo alemão é dito que uma carta do comissário da Economia da UE, Pierre Moscovici, destinada à Itália chegará a Roma entre quinta e sexta-feira. No entanto, logo depois, a “Der Spiegel” corrigiu o artigo reforçando que o documento só seria enviado ao governo italiano após as discussões finais e nenhuma decisão de rejeição já havia sido tomada. “É minha opinião pessoal que, com base nos números, é muito provável que tenhamos que pedir à Itália para corrigir o orçamento preliminar”, acrescentou Oettinger.   

Segundo o comissário, ele não disse que a carta com a rejeição seria enviada ainda nesta semana. A declaração gerou insatisfação no governo italiano e foi rebatida pelo ministro do Transporte, Luigi Di Maio, e o do Interior, Matteo Salvini.   

“Oettinger deveria morder a língua três vezes antes de falar.   

Ele e todos os comissários europeus deveriam começar a se comportar como pessoas sérias”, disse o líder do Movimento 5 Estrelas (M5S).   

Já Salvini afirmou que a administração da Itália está convencida da manobra. “Não vamos mudar. Parem e deixem o governo italiano trabalhar para os italianos”, ressaltou.   

O primeiro-ministro Giuseppe Conte, por sua vez, acredita que não há motivos para que o esboço seja mudado. “Se há uma margem para mudar a manobra? Estudamos muito bem, então eu diria que não. Confio em um diálogo construtivo, com certeza teremos algumas observações e vamos lidar com elas”, explicou. Na última segunda-feira (15), o Conselho de Ministros da Itália aprovou o projeto de lei orçamentária para 2019, que prevê uma expansão do déficit fiscal para financiar o aumento das despesas públicas. A chamada “manobra” econômica gerou temor na União Europeia por ser arriscada a ponto de afastar o país de um caminho de redução de sua dívida pública, que está em 132% do Produto Interno Bruto (PIB) e é a segunda maior da zona do euro. (ANSA)