CIDADE DO VATICANO, 11 SET (ANSA) – A comissão bicameral de inquérito sobre os desaparecimentos de Mirella Gregori e Emanuela Orlandi ouvirá novamente Pietro Orlandi, irmão da cidadã vaticana desaparecida em 1983.
De acordo com uma apuração feita pela ANSA, a comissão deseja esclarecer um ponto do caso após a audiência da especialista em caligrafia Sara Cordella, que alegou que os documentos exibidos por Pietro em diversos programas de televisão eram “falsos”.
A estudiosa explicou que os conteúdos mostrados pelo irmão de Emanuela, especialmente no programa Verissimo, eram falsificações criadas através de uma técnica chamada “dropping”.
Um dos documentos, inclusive, é uma suposta carta enviada em 1993 ao cardeal Ugo Poletti pelo arcebispo de Canterbury, George Carey.
Paralelamente, a comissão também ouviu em uma sessão parcialmente secreta a ex-policial romana Giovanna Petrocca, que discutiu o papel da já falecida Sabina Minardi, que era uma das principais testemunhas sobre o desaparecimento de Orlandi.
A antiga agente considerava a mulher, morta em março passado por causas naturais, uma testemunha confiável, apesar de suas “fraquezas” devido a problemas de dependência de drogas, que minaram sua credibilidade perante outras autoridades e investigadores.
Segundo Petrocca, a teoria que liga o desaparecimento de Orlandi às atividades criminosas de Renatino De Pedis, chefe da máfia siciliana morto em 1990 e ex-amante de Minardi, é bem fundamentada.
A data da nova audiência ainda não foi definida, mas a comissão já recebeu o consentimento de Pietro para ser ouvido novamente.
Orlandi é filha de um funcionário da Santa Sé, cidadã do Vaticano e residia dentro dos muros do menor país do mundo, mas desapareceu enquanto voltava para casa há mais de 40 anos.
Diversas hipóteses foram consideradas nas últimas décadas, desde crime comum até vingança contra seu pai ou contra o Vaticano.
(ANSA).