LA PAZ, 8 NOV (ANSA) – Uma comissão parlamentar do congresso boliviano determinou nesta quarta-feira (7) a abertura de um inquérito contra o ex-presidente Carlos Mesa (2003-2005) e outros sete funcionários do governo para investigar um suposto recebimento de pagamentos ilícitos das empresas Camargo Corrêa e Odebrecht, alvos da Operação Lava Jato.   

“Encontramos esses movimentos incomuns e suspeitos nas contas de Carlos Mesa, de ex-ministros e de ex-vice-ministros”, disse a presidente da comissão, a deputada governista Susana Rivero.   

Em abril deste ano, a Polícia Federal brasileira confirmou a realização de 51 pagamentos da Camargo Corrêa a funcionários bolivianos para a construção da estrada que liga as cidades bolivianas de Roboré e El Carmen, em dados obtidos pelas investigações da Operação Lava Jato. Outros cinco projetos, realizados durantes os governos de Gonzalo Sánchez Lozada (2002-2003) e Eduardo Rodriguez Veltzé (2005-2006) também serão alvo do inquérito.   

Mesa pediu que a investigação se estenda para a administração de Evo Morales, que está no poder desde 2006. O jornal boliviano “El Deber” publicou reportagem em que afirma ter tido acesso a uma troca de mensagens eletrônicas da Polícia Federal brasileira, em que empresários falam sobre o pagamento de U$ 4 milhões a funcionários dos governos de Veltzé e de Evo Morales.   

Carlos Mesa é pré-candidato às eleições presidenciais de 2019 e é considerado o principal adversário de Evo Morales, que tentará a reeleição. Ele definiu as acusações como “escandalosas” e afirmou que o governo estaria tentando demoli-lo politicamente”.   

(ANSA)