A Comissão Europeia, braço Executivo da União Europeia (UE), pretende definir um sistema regular de reuniões de cúpula com os países da América Latina e do Caribe (que integram a CELAC) e quer estabelecer um mecanismo permanente de coordenação, de acordo com um documento ao qual a AFP teve acesso.

Trata-se da Nova Agenda para as relações entre UE e América Latina e Caribe, elaborada pela equipe do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, e que será apresentada ao Conselho Europeu (que representa os governos do bloco) e ao Parlamento Europeu.

O rascunho da agenda pede “uma estratégia de associação mais próxima e modernizada entre as duas regiões”, com o apelo para que o Conselho e ao Parlamento aprovem a iniciativa, que seria um guia de ação política formal para o bloco.

O documento propõe que os encontros frequentes de governantes sejam alternados com reuniões entre os ministros das Relações Exteriores. Também pede a retomada de “reuniões de cúpula bilaterais com aliados estratégicos como Brasil e México”.

De acordo com o documento, a UE e os países reunidos na Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) “são associados naturais (…) unidos por laços históricos e culturais únicos”.

Os dois blocos podem atuar em parceria em temas como “os desafios geoestratégicos, mudança climática e crise ambiental, mudanças tecnológicas e a crescente desigualdade”, relata o texto que será discutido pelos comissários europeus.

A proposta destaca que as relações comerciais entre os países dos dois blocos são baseadas em uma “rede de acordos” bilaterais e regionais, mas defende a conclusão das associações que ainda estão pendentes.

“Concluir o acordo entre a UE e Mercosul (Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai) é uma prioridade para a União Europeia”, afirma a estratégia da Comissão, de acordo com documento analisado pela AFP.

Os países da UE e da CELAC participarão em um encontro de cúpula em Bruxelas nos dias 17 e 18 de julho – a reunião anterior aconteceu em 2015.

O encontro de julho é uma oportunidade para “construir confiança”, afirma o documento.

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