RIO DE JANEIRO, 30 OUT (ANSA) – A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados enviou ao procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, um pedido formal para que seja aberta uma investigação e considerada a prisão preventiva do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).
O pedido foi apresentado pouco tempo após a megaoperação policial mais letal da história do estado, que deixou mais de 130 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da capital fluminense.
No documento, os deputados signatários afirmaram que a operação apresenta “fortes indícios de ter ultrapassado os limites da lei, da proporcionalidade e do respeito aos direitos humanos”.
O presidente da comissão, deputado Luiz Otoni Reimont (PT), avaliou que “a gravidade dos acontecimentos e o risco de novos massacres exigem uma resposta imediata das instituições democráticas”.
O texto também cita denúncias de execuções sumárias e graves violações do direito à vida. Entre os relatos recebidos pela comissão, constam depoimentos sobre decapitações, esfaqueamentos e mutilações, evidências que, segundo os parlamentares, demandam uma investigação independente.
“O Estado não pode agir em violação dos direitos que tem o dever de proteger”, acrescentou Reimont.
O governador Castro, por sua vez, classificou a megaoperação como um “sucesso” e afirmou sentir-se “confortável” com sua condução. (ANSA).