A Comissão Especial da Câmara que analisa o projeto de privatização da Eletrobras conseguiu quórum para abrir a sessão, mas enfrenta a obstrução de deputados da oposição. O relator da matéria, deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), voltou a reclamar da baixa quantidade de parlamentares da base do governo para que o plano de trabalho e os demais requerimentos da comissão sejam aprovados.

“O governo precisa decidir se quer debater a matéria. Vou pedir o requerimento de urgência ao plenário. Se o plenário aprovar, vamos discutir lá”, afirmou Aleluia.

As últimas três sessões da comissão nem chegaram a ser iniciadas devido à falta de quórum. Nesta terça-feira, deputados do PT, PDT, PCdoB e outros partidos de oposição levantaram questões de ordem e pediram verificação de quórum na votação de um pedido para a inversão da pauta.

“A oposição é pró-falência da Eletrobras. O atual governo recebeu a empresa semidestruída, precisando de recursos do Tesouro Nacional para sobreviver. Com a desestatização, o preço da energia ficará mais barato”, chegou a rebater o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS).

Após Perondi afirmar que a Eletrobras foi tratada como uma “boquinha” pelos governos anteriores, o deputado Wadih Damous (PT/RJ) respondeu que os últimos cinco ministros de Minas e Energia eram integrantes do próprio PMDB.

Após algum bate-boca entre governistas e oposicionistas, deputados da posição criticaram até mesmo o fato do presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB) não saber quem é o novo ministro do MME.

O presidente Michel Temer deu posse hoje a Moreira Franco como novo chefe da pasta. “Não é função do presidente dessa comissão saber quem o governo nomeia”, argumentou Motta.