O assassinato de uma menina de 11 anos, assaltada enquanto ia para a escola na manhã desta quarta-feira (9), chocou os argentinos e levou à suspensão de vários atos da campanha eleitoral para as primárias de domingo.

Morena Domínguez foi abordada por dois jovens em uma moto que roubaram sua mochila e a agrediram. A menina foi deixada enjoada e jogada no asfalto. Morreu logo depois em um hospital próximo de uma parada cardiorrespiratória, disseram fontes médicas.

Vizinhos denunciaram que a ambulância demorou 40 minutos para socorrê-la.

O crime ocorreu na localidade de Lanús, na periferia sul de Buenos Aires, cujos moradores vêm denunciando um aumento na insegurança, tema recorrente nas campanhas eleitorais do país.

O prefeito de Lanús, Néstor Grindetti, pré-candidato a governador da província de Buenos Aires do Juntos por el Cambio (direita), assim como sua líder política, a pré-candidata presidencial Patricia Bullrich, suspenderam o ato de encerramento da campanha previsto para a quinta-feira nesse distrito.

O governador da província de Buenos Aires, o peronista Axel Kicillof, aspirante à reeleição, também suspendeu seu comício prévio às eleições.

O pré-candidato presidencial governista e ministro da Economia, Sergio Massa, cancelou um ato nesta quarta-feira na localidade de Merlo, nos arredores de Buenos Aires, em meio à comoção pelo caso.

O prefeito da capital, Horacio Rodríguez Larreta, também cancelou o ato político. Ele disputa as primárias do Juntos por el Cambio com Bullrich.

Familiares e vizinhos de Lanús se mobilizaram para protestar na delegacia do distrito, onde houve alguns incidentes com policiais que vigiavam o edifício.

Uma passeata foi convocada para a tarde desta quarta em frente à prefeitura por vizinhos que reprovaram o fato de Grindetti ter deixado de lado suas funções como prefeito.

Grindetti pediu licença do cargo de prefeito de Lanús para assumir a presidência do Clube de Futebol Independiente, enquanto priorizou sua campanha eleitoral para o governo.

Pelo roubo e morte da menina, a polícia prendeu duas pessoas, informou o ministro de Segurança da província, Sergio Berni.

A insegurança ocupa o segundo lugar (38%) nas preocupações dos argentinos, depois da inflação (55%), segundo uma pesquisa da Universidade de San Andrés de 28 de julho.

O índice de homicídio no país foi de 4,2 a cada 100 mil habitantes em 2022, segundo as estatísticas do ministério da Segurança. Essa taxa é uma das mais baixas da América Latina.

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